Ateu

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:O a-teu tem razão em negar [[“deus”]] como [[fundamento]], mas não pode negar a [[morte]], ou seja, o [[vigorar]] do [[sagrado]]. E qual a diferença entre os que negam e afirmam o fundamento? Trata-se do mesmo jogo [[entificante]] e [[atributivo]]. Todos os [[rito|ritos]] da morte celebram o sagrado. Tal [[celebrar]] é sempre um [[acontecer]] e não algo que se represente nem caiba num [[juízo]] ou [[proposição]], pois o sagrado não é algo que se possa dizer. Vigora como [[linguagem]]. É o [[mistério]].
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: O a-teu tem razão em negar [[“deus”]] como [[fundamento]], mas não pode negar a [[morte]], ou seja, o [[vigorar]] do [[sagrado]]. E qual a diferença entre os que negam e afirmam o fundamento? Trata-se do mesmo jogo [[entificante]] e [[atributivo]]. Todos os [[rito|ritos]] da morte celebram o sagrado. Tal [[celebrar]] é sempre um [[acontecer]] e não algo que se represente nem caiba num [[juízo]] ou [[proposição]], pois o sagrado não é algo que se possa dizer. Vigora como [[linguagem]]. É o [[mistério]].
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: "Por isto, [[Feuerbach]] quis primeiro dar a seu [[livro]] '''Essência do cristianismo'', o título “Conhece-te a ti mesmo”, pois sua [[finalidade]] é de [[revelar]] ao [[homem]] sua [[verdadeira]] [[essência]], para dar-lhe [[fé]] em si mesmo. Para tanto, porém, seria [[necessário]] abater o [[Deus]] da [[consciência]] [[cristã]]. Era este, afinal, o único [[pensamento]] que [[Feuerbach]] quis deixar à [[humanidade]]: a [[necessidade]] de [[superar]] a [[alienação]] [[religiosa]] e mostrar em que ela consiste: “Não faço questão de deixar depois de minha [[morte]] na [[memória]] da [[humanidade]] [[nada]] senão meu [[pensamento]] [[fundamental]]”. “O [[fim]] de meus [[trabalhos]] é de fazer dos [[homens]] não mais [[teólogos]], mas [[antropólogos]], de levá-los do [[amor]] a [[Deus]] ao [[amor]] dos [[homens]], das [[esperanças]] do além ao [[estudo]] das [[coisas]] desta [[terra]]” (1).
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: (1) HUMMES ofm, Dom Cláudio (Hoje Cardeal). "Os hegelianos de esquerda". In: ----. ''História da Filosofia''.
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: Curso proferido em 1964 em Daltro Filho, (hoje cidade Imigrantes), RS, em 1964.

Edição atual tal como 15h11min de 26 de Outubro de 2019

1

O a-teu tem razão em negar “deus” como fundamento, mas não pode negar a morte, ou seja, o vigorar do sagrado. E qual a diferença entre os que negam e afirmam o fundamento? Trata-se do mesmo jogo entificante e atributivo. Todos os ritos da morte celebram o sagrado. Tal celebrar é sempre um acontecer e não algo que se represente nem caiba num juízo ou proposição, pois o sagrado não é algo que se possa dizer. Vigora como linguagem. É o mistério.


- Manuel Antônio de Castro.


2

"Por isto, Feuerbach quis primeiro dar a seu livro 'Essência do cristianismo, o título “Conhece-te a ti mesmo”, pois sua finalidade é de revelar ao homem sua verdadeira essência, para dar-lhe em si mesmo. Para tanto, porém, seria necessário abater o Deus da consciência cristã. Era este, afinal, o único pensamento que Feuerbach quis deixar à humanidade: a necessidade de superar a alienação religiosa e mostrar em que ela consiste: “Não faço questão de deixar depois de minha morte na memória da humanidade nada senão meu pensamento fundamental”. “O fim de meus trabalhos é de fazer dos homens não mais teólogos, mas antropólogos, de levá-los do amor a Deus ao amor dos homens, das esperanças do além ao estudo das coisas desta terra” (1).


Referência:
(1) HUMMES ofm, Dom Cláudio (Hoje Cardeal). "Os hegelianos de esquerda". In: ----. História da Filosofia.
Curso proferido em 1964 em Daltro Filho, (hoje cidade Imigrantes), RS, em 1964.
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