Matemática

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Edição feita às 21h57min de 25 de Julho de 2019 por Profmanuel (Discussão | contribs)

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A prática vai levar a metáfora do relógio/tempo para todas as esferas da realidade/natureza. Temos de ficar atentos às reduções que se vão operando. A mais complexa é aí o abandono da preocupação ontológica com o que é e o foco único no como é, mas não mais relacionado a o que é. Agora o como é diz respeito a o como se conhece. É este em última instância que determina tudo, pois tudo será objeto do conhecimento que se torna o verdadeiro sujeito, o verdadeiro criador. E vamos ter as seguintes reduções:
Ente > obra > relógio/organismo>corpo. Por isso não se fala mais em ente nem em obra nem em corpo, mas se falará sempre e para tudo em objeto. No lugar da Ontologia vamos ter na Modernidade a Epistemologia. E no lugar da Poética vamos ter a Estética E cada objeto/corpo/máquina/organismo é objeto de um conhecimento, submetido à razão crítica, que fundamenta o como se conhece. Surgem as disciplinas e seus objetos de conhecimento. Isso tanto no plano singular quanto no plano das entidades coletivas, como o Estado, a Sociedade, as Épocas. Daí a história estar submetida radicalmente à cronologia. Aliás, tudo ficará submetido à cronologia/tempo. Conhecer a partir do tempo/cronologia é uma questão de medição/cálculo. No fundo, tudo estará submetido ao tempo. Mas este passa a ser o que é acessível à medição/cálculo. Disso se encarregam as diferentes disciplinas que para tal são criadas. Porém, o princípio de medição que dará o verdadeiro conhecimento será o efetuado a partir do que se opera pela matemática, base de todo cálculo, a possibilidade de aprender e ser ensinado.


- Manuel Antônio de Castro.


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"Aprender-e-ensinar é, pois, a identidade e diferenciação de nossas diferenças com a realidade, tanto com a realidade que nós mesmos somos, como com a realidade que nós mesmos não somos. Para aprender, não podemos receber tudo, mas devemos, de certo modo, trazer alguma coisa conosco para o encontro. Os gregos chamavam esta dinâmica, do que pode ser aprendido e do que pode ser ensinado, de máthema donde provêm os termos ocidentais de matemático e matemática" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Aprender e ensinar". In: ------. Aprendendo a pensar. Petrópolis/RJ: Vozes, 1977, p. 49.
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