Figura

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: A [[questão]] da [[forma]] deve sair do âmbito do [[fundamentar]] e ser posta no âmbito do [[fundar]]. Então acontece que propriamente não há [[forma]], mas [[figura]], tendo como [[origem]] o [[verbo]] latino ''fingere'' ([[figurar]], fingir, [[educar]]). Este indica o deixar [[agir]] do [[agir]] se dando em [[figuras]]. O [[figurar]] os [[gregos]] o pensaram na [[palavra]] ''[[morphé]]'', o advir de algo à [[plenitude]], [[sentido]] e [[verdade]] de seu [[ser]]. Isto é [[figura]]. Isso é [[forma poética]].
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:- [[Manuel Antônio de Castro]]
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: - [[Manuel Antônio de Castro]]

Edição de 01h15min de 17 de Outubro de 2019

1

No substituir a figura pela forma e no poder mostrar que o fingere como poíesis é uma doação do vazio e do silêncio como fala / música, não se trata de uma simples substituição, pois a figura vai indicar nessa tensão o entre, fonte do paradoxo de limite e não-limite. Do vazio como entre surge a questão. Por isso é necessário falar de figura ou figuração, sempre no horizonte da questão, pois esta dá sempre a tensão entre ser e ente. Não sendo ente é o vazio, o silêncio ou a linguagem. Por isso, toda figura é sempre uma questão. Mas há a questão explícita e a implícita. Explícita é quando se manifesta numa pergunta o sentido que implica determinada figura. Por exemplo, Édipo. Implícita é o próprio sentido de Édipo em seu percurso/travessia como verbo/linguagem, vigorando no vigor do poético, onde fica bem claro, pelo "ato" final de arrancar seus olhos, a tensão de limite (do ver) e não-ver (entrever). O entre deixa de ser entre quando Édipo mergulha no silêncio e no não-ver. Mas este não é negação do ente, mas a figura chegando à enteléquia, ao desabrochar pleno, ao "terceiro olho", à terceira margem do rio, à esfericidade enquanto plenitude. A figura aqui tratada não é, pois, uma figura retórica, lógica, gramatical. É sempre figura-questão. É Verbo-Linguagem/Logos, Mundo, Memória.


- Manuel Antônio de Castro

2

A questão da forma deve sair do âmbito do fundamentar e ser posta no âmbito do fundar. Então acontece que propriamente não há forma, mas figura, tendo como origem o verbo latino fingere (figurar, fingir, educar). Este indica o deixar agir do agir se dando em figuras. O figurar os gregos o pensaram na palavra morphé, o advir de algo à plenitude, sentido e verdade de seu ser. Isto é figura. Isso é forma poética.


- Manuel Antônio de Castro
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