Espanto
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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- | :"Originalmente é o próprio espanto que engendra e difunde a calma, e é devido a essa calma que o abrigo contra todos os ruídos, inclusive o da própria voz, se torna a condição indispensável para que, a partir do espanto, um [[pensar]] possa se desenvolver. Isso implicitamente significa que tudo que entra no círculo desse pensar sofre uma transformação" (1). | + | : "[[Originalmente]] é o [[próprio]] [[espanto]] que engendra e difunde a [[calma]], e é devido a essa [[calma]] que o abrigo contra todos os ruídos, inclusive o da [[própria]] [[voz]], se torna a condição indispensável para que, a partir do [[espanto]], um [[pensar]] possa se desenvolver. Isso implicitamente significa que [[tudo]] que entra no [[círculo]] desse [[pensar]] sofre uma [[transformação]]" (1). |
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+ | : (1) ARENDT, Hannah. '''[[Homens]] em [[tempos]] sombrios. São Paulo: Companhia das Letras, 1987, p. 227.''' | ||
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- | :"Todo mundo sabe: sendo é aquilo que é. Qual a outra solução para o sendo a não ser esta: ser? E, entretanto, precisamente isto, que o sendo permaneça recolhido no ser, que no fenômeno do ser se manifesta o sendo; isto jogava os gregos, e a eles primeiro unicamente, no espanto. Sendo no ser: isto se tornou para os gregos o mais espantoso" (1). | + | : "Todo [[mundo]] sabe: [[sendo]] é aquilo que [[é]]. Qual a outra solução para o [[sendo]] a não [[ser]] esta: [[ser]]? E, entretanto, precisamente [[isto]], que o [[sendo]] permaneça recolhido no [[ser]], que no [[fenômeno]] do [[ser]] se manifesta o [[sendo]]; isto jogava os gregos, e a eles primeiro unicamente, no [[espanto]]. [[Sendo]] no [[ser]]: [[isto]] se tornou para os gregos o mais espantoso" (1). |
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+ | : (1) [[HEIDEGGER]], Martin. '''Que [[é]] [[isto]] - a [[filosofia]]?. Trad. Ernildo Stein. Petrópolis: Vozes, 2006, p. 22.''' | ||
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+ | : "O [[espanto]] é o [[entre]]-[[acontecer]] do [[extraordinário]] em nosso [[cotidiano]]. É o [[entre]]-[[acontecer]] da [[obra poética]]. O [[poético]] é o [[entre]]-[[acontecer]] do [[espanto]] que toma de assalto os [[poetas]] e [[pensadores]] [[essenciais]]" (1). | ||
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+ | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de.''' “A menina e a bicicleta: [[arte]] e confiabilidade”. In: ------. [[Arte]]: o [[humano]] e o [[destino]]. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 282.''' | ||
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+ | : "Somos tomados pela [[perplexidade]] quando nenhuma [[causa]] [[racional]] nos é dada para [[explicar]] o que nos [[acontece]]. [[Amar]] não é uma [[questão]] de [[impulso]] cego. É a tranquila [[disponibilidade]] e [[disposição]] para se deixar tomar pela [[perplexidade]] de todo [[espanto]]. [[Amar]] é [[sempre]] [[ser]] tomado pelo [[espanto]]" (1). | ||
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- | :(1) | + | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de.''' "[[Amar]] e [[ser]]". In:------. [[Arte]]: o [[humano]] e o [[destino]]. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 320.''' |
Edição atual tal como 20h55min de 17 de Abril de 2025
1
- "Originalmente é o próprio espanto que engendra e difunde a calma, e é devido a essa calma que o abrigo contra todos os ruídos, inclusive o da própria voz, se torna a condição indispensável para que, a partir do espanto, um pensar possa se desenvolver. Isso implicitamente significa que tudo que entra no círculo desse pensar sofre uma transformação" (1).
- Referência:
2
- "Todo mundo sabe: sendo é aquilo que é. Qual a outra solução para o sendo a não ser esta: ser? E, entretanto, precisamente isto, que o sendo permaneça recolhido no ser, que no fenômeno do ser se manifesta o sendo; isto jogava os gregos, e a eles primeiro unicamente, no espanto. Sendo no ser: isto se tornou para os gregos o mais espantoso" (1).
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. Que é isto - a filosofia?. Trad. Ernildo Stein. Petrópolis: Vozes, 2006, p. 22.
3
- "O espanto é o entre-acontecer do extraordinário em nosso cotidiano. É o entre-acontecer da obra poética. O poético é o entre-acontecer do espanto que toma de assalto os poetas e pensadores essenciais" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. “A menina e a bicicleta: arte e confiabilidade”. In: ------. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 282.
4
- "Somos tomados pela perplexidade quando nenhuma causa racional nos é dada para explicar o que nos acontece. Amar não é uma questão de impulso cego. É a tranquila disponibilidade e disposição para se deixar tomar pela perplexidade de todo espanto. Amar é sempre ser tomado pelo espanto" (1).
- Referência: