Poeta

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: (1) HEIDEGGER, Martin. "Que é metafísica? - Posfácio (1943)". In: ''Heidegger - Os Pensadores''. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 51. 
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: (2) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ulisses e a Escuta do  canto das Sereias". In: -----. ''Arte: o humano e o destino''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 155.
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:“Poeta é quem corresponde [[mortal|mortalmente]] com a [[linguagem]] num libertar-se que é sempre um [[desdobramento]] de [[amor]], [[vida]] e [[morte]]: questões fundamentais na articulação com uma [[liberdade]] que tanto liberta quanto aprisiona. Pois estar no mundo é estar lançado na impossibilidade de uma [[escolha]] unilateral. É estar rasgado, crivado e cravado pela circularidade ontológica de ser, [[existir|existindo]] num festejo de velo e desvelo simultâneos da realidade” (1).
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:(1) PESSANHA, Fábio Santana. ''A hermenêutica do mar – Um estudo sobre a poética de Virgílio de Lemos''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2013, p. 47.
:(1) PESSANHA, Fábio Santana. ''A hermenêutica do mar – Um estudo sobre a poética de Virgílio de Lemos''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2013, p. 47.
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Edição de 19h11min de 9 de fevereiro de 2017

1

No poético, as línguas são o rito da Linguagem. O mito narrado não é o mito, mas o rito e a língua da Linguagem. Por isso o poético, toda arte, tem origem mítica. E tanto o mito como a arte radicam no sagrado. Martin Heidegger afirma: "O pensador diz o ser, o poeta nomeia o sagrado" (1) (2).


(1) HEIDEGGER, Martin. "Que é metafísica? - Posfácio (1943)". In: Heidegger - Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 51.
(2) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ulisses e a Escuta do canto das Sereias". In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 155.


2

“Poeta é quem corresponde mortalmente com a linguagem num libertar-se que é sempre um desdobramento de amor, vida e morte: questões fundamentais na articulação com uma liberdade que tanto liberta quanto aprisiona. Pois estar no mundo é estar lançado na impossibilidade de uma escolha unilateral. É estar rasgado, crivado e cravado pela circularidade ontológica de ser, existindo num festejo de velo e desvelo simultâneos da realidade” (1).


Referência:
(1) PESSANHA, Fábio Santana. A hermenêutica do mar – Um estudo sobre a poética de Virgílio de Lemos. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2013, p. 47.

2

“[...] o poeta canta o que o atravessa, o que atordoa sua visão, o que rompe em sua pele furúnculos de exaltação naquilo que o constitui corporalmente. É nesse sentido que o histórico se faz vigente, que o canto de um poeta dilacera a cronologia linear na qual apenas se acumulam dados informativos” (1).


Referência:
(1) PESSANHA, Fábio Santana. A hermenêutica do mar – Um estudo sobre a poética de Virgílio de Lemos. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2013, p. 49.


3

“[...] um poeta é sempre um outro sendo ele mesmo naquilo que o diferencia enquanto humano e enquanto homem ferido pelo operar da arte” (1).


Referência:
(1) PESSANHA, Fábio Santana. A hermenêutica do mar – Um estudo sobre a poética de Virgílio de Lemos. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2013, p. 79.


4

“[...] o poeta é um arremesso no imprevisto do real, compondo a sinfonia das diferentes maneiras de percepção da realidade. Os sentidos nos enganam, e se forem merecedores do foco de atenção no ato da construção poética, teremos uma redução da poesia à atuação subjetiva do poeta. Não é isso que ocorre e nem é o que propomos, mas inegavelmente o poeta faz parte do bojo tensional que o real apresenta em sua manifestação” (1).


Referência:
(1) PESSANHA, Fábio Santana. A hermenêutica do mar – Um estudo sobre a poética de Virgílio de Lemos. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2013, p. 108.


5

“[...] o poeta é iluminado e tocado pelo canto musal, subverte rastros de cronologia, a fim de evidenciar a condição humana: essência de todo poetar, pois a dança da linguagem na composição de qualquer manifestação artística tem inevitavelmente como fundo o homem enquanto questão” (1).


Referência:
(1) PESSANHA, Fábio Santana. A hermenêutica do mar – Um estudo sobre a poética de Virgílio de Lemos. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2013, p. 154.
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