Ouvir

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: "Como [[princípio]] de ordem e força de organização do [[real]] em sua [[realização]], o ''[[logos]]'' é [[linguagem]] ontológica da [[vida]], no mais elevado grau de sua explosão na [[história]] [[humana]], por isso, a [[vigência]] criadora do ''[[logos]]'' revoluciona não apenas a fala e o [[discurso]], mas também o ouvido e o [[ouvir]]. Nas peripécias da [[criação]], [[ouvir]] é [[escutar]] o ''[[logos]]'', seguindo o advento de sua dinâmica de [[reunião]] no curso da [[história]]. O simples [[ouvir]] [[palavras]] se dispersa na variedade múltipla dos [[discursos]]. Quem só ouve, por esticar as orelhas e divulgar o ouvido, permanece sempre um ''aksinetos'', alguém que não com-preende" (1).
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: "Como [[princípio]] de ordem e força de organização do [[real]] em sua [[realização]], o ''[[logos]]'' é [[linguagem]] ontológica da [[vida]], no mais elevado grau de sua explosão na [[história]] [[humana]], por isso, a [[vigência]] criadora do ''[[logos]]'' revoluciona não apenas a fala e o [[discurso]], mas também o ouvido e o [[ouvir]]. Nas peripécias da [[criação]], [[ouvir]] é [[escutar]] o ''[[logos]]'', seguindo o advento de sua dinâmica de reunião no curso da [[história]]. O simples [[ouvir]] [[palavras]] se dispersa na variedade múltipla dos [[discursos]]. Quem só ouve, por esticar as orelhas e divulgar o ouvido, permanece sempre um ''aksinetos'', alguém que não com-preende" (1).
Referência:
Referência:
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: (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Uma leitura órfica de uma sentença grega". In: -------. ''Aprendendo a pensar'', volume II. Petrópolis (RJ): Vozes, 1991, p. 139 / 140.
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: (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro.''' "Uma [[leitura]] órfica de uma [[sentença]] [[grega]]". In: -------. [[Aprendendo]] a [[pensar]], volume II. Petrópolis (RJ): Vozes, 1991, p. 139 / 140.'''
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Edição de 15h39min de 10 de fevereiro de 2025

1

"Como princípio de ordem e força de organização do real em sua realização, o logos é linguagem ontológica da vida, no mais elevado grau de sua explosão na história humana, por isso, a vigência criadora do logos revoluciona não apenas a fala e o discurso, mas também o ouvido e o ouvir. Nas peripécias da criação, ouvir é escutar o logos, seguindo o advento de sua dinâmica de reunião no curso da história. O simples ouvir palavras se dispersa na variedade múltipla dos discursos. Quem só ouve, por esticar as orelhas e divulgar o ouvido, permanece sempre um aksinetos, alguém que não com-preende" (1).


Referência:

(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Uma leitura órfica de uma sentença grega". In: -------. Aprendendo a pensar, volume II. Petrópolis (RJ): Vozes, 1991, p. 139 / 140.

2

"Ouve-me. Ouve o meu silêncio. O que falo nunca é o que falo e, sim, outra coisa. Capta a outra coisa porque eu mesmo não posso" (1). Como nos diz a pensadora-poeta Clarice, a escuta real pressupõe também silêncio. Quando tal acontece, temos o auscultar, a ausculta. Mas toda escuta do silêncio, ou ausculta, é pensar. Mais: o que nela acontece não depende de nossa vontade. Temos, sim, que nos predispor, abrir para o possível acontecer.


- Manuel Antônio de Castro
Referência:
(1) LISPECTOR, Clarice. Texto publicado numa montagem artística de fotos com textos de Clarice, sem indicação da fonte.

3

"Respondeu-lhe Confúcio: O objetivo do jejum é a unidade interior. Isto significa ouvir, mas não com os ouvidos; ouvir, mas não com o entendimento; ouvir com o espírito, com todo o seu ser. Ouvir apenas com os seus ouvidos é uma coisa. Ouvir com o entendimento é outra. Mas ouvir com o espírito não se limita a qualquer faculdade, aos ouvidos ou à mente. Daí exigir o esvaziamento de todas as faculdades. E quando as faculdades ficam vazias, então todo o ser escuta" (1).


Referência:
(1) MERTON, Thomas. "Quando o sapato se adapta". In:A via de Chuang Tzu 9.e. Petrópolis/RJ: Vozes, 1999, p. 71.
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