Interpretar
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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:(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. ''Aprendendo a pensar''. Petrópolis: Vozes, 1977, p. 248. | :(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. ''Aprendendo a pensar''. Petrópolis: Vozes, 1977, p. 248. | ||
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:(2) CASTRO, Manuel Antônio de. ''O acontecer poético''. Rio de Janeiro: Antares, 1982, p. 80. | :(2) CASTRO, Manuel Antônio de. ''O acontecer poético''. Rio de Janeiro: Antares, 1982, p. 80. | ||
Edição de 01h34min de 25 de Junho de 2018
1
- "Interpretar é em latim interpretari. É a tradução do verbo grego hermeneúein, que significa: transmitir, trazer mensagens. O intérprete dos deuses é Hermes. Tanto hermeneúein como Hermes provêm do radical 'Wer ou Wre, que significa o falar e o dizer da língua enquanto interpretação do mistério" (1). [...] "Interpretar é descer à dinâmica da história" (2).
- Referências:
- (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. Aprendendo a pensar. Petrópolis: Vozes, 1977, p. 248.
- (2) CASTRO, Manuel Antônio de. O acontecer poético. Rio de Janeiro: Antares, 1982, p. 80.
2
- Se quisermos saber o que é e como interpretar uma obra de arte, certamente, não deveremos partir dos conceitos dos teóricos. No interpretar devem sempre vigorar as sinalizações das questões, porque estas são os alimentos de que todos os grandes poetas se nutrem. Nas próprias obras de arte devemos encontrar tais sinalizações, que estão à espera de cada leitor, para que este se entregue à iniciação poética do diálogo, uma iniciação que se dá sempre no diálogo com as obras enquanto auto-diálogo.
3
- "Interpretar, todo interpretar é sempre um apropriar. Apropriar, porém, não deve ser entendido no sentido subjetivista, que habitual e imediatamente nos é sugerido. Ou seja, interpretar, à medida que é apropriar, não é, por parte de algum sujeito-intérprete (eu), impor, imprimir ao interpretado, ao objeto, a sua vontade, isto é, a formação, os conhecimentos, os desejos, valores caprichos e idiossincrasias de seu interior, de sua subjetividade, modelando assim o interpretado, o objeto, à sua imagem e semelhança e, assim, tudo nivelando, achatando, igualando ao seu eu, à sua vontade" (1).
- Ver também:
- Referência:
- (1) FOGEL, Gilvan. "Vida, realidade, interpretação". In: FAGUNDES, Igor (org).Permanecer silêncio: Manuel Antonio de Castro e o humano como obra. Rio de Janeiro: Confraria do Vento, 2011, p. 115
4
- "E o que todo interpretar implica? É algo que vai muito além das teorias semântico-gramaticais e já nos demanda o pensamento fundador da etimologia. Qual a relação entre “pré-dizer” e “reunir letras”? Somente podemos “reunir letras” porque podemos “pré-dizer” ou “pré-ler” " (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O ler e suas questões". In: ---------. Leitura: questões. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 19.
5
- Pensar é interpretar. Mas isto jamais diz uma ação de quem interpreta como o determinante do pensar. Todo interpretar é um abrir-se para o vigorar do que em nós provoca e convoca uma escuta. Dessa maneira, todo interpretar é sempre um vigorar no "entre", pelo qual medimos nossa condição a partir do que somos e não-somos, na vigência do sentido do ser. O que sempre no pensar advém é o sentido do que somos. Isso é interpretar.