Percepção
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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+ | : Já o [[aprender]] da [[percepção]] está ligado à segunda parte da [[palavra]] ''per-cepção'': ''-cepção'' formou-se do [[verbo]] [[latino]]: ''capere'' que diz o pegar, agarrar, [[prender]]. Portanto, o [[aprender]] é um [[processo]], um [[acontecimento]], onde cada um tende para (é o que diz a preposição [[latina]] ''ad-'') aquilo que nos prende e agarra: o [[princípio]] de [[tudo]]. Não é, portanto, o [[sujeito]] que aprende, mas o deixar-se tomar por, tendendo para o [[princípio]], numa [[palavra]], dispondo-se para o que nos pode e deve [[prender]]. E isso se dá somente numa [[caminhada]], isto é, num ''per-''. | ||
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Edição de 22h13min de 26 de fevereiro de 2024
1
- "A percepção é um acontecimento em que o homem, nele acontecendo, entra no acontecer histórico como o ente que é, isso quer dizer, no sentido literal da palavra, em que o homem mesmo chega ao Ser. [...] A percepção é o acontecimento que possui o homem." (1)
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. Introdução à metafísica. Trad. Emmanuel Carneiro Leão. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1969, p. 165.
2
- " Per- é uma preposição que traduz a circunstância de um lugar e, por isso, traduz o circular de um movimento. Comumente é traduzida como através de. Assim sendo, percepção concentra a experiência do aprender perpassando um caminho, isto é, caminhando" (1).
- Já o aprender da percepção está ligado à segunda parte da palavra per-cepção: -cepção formou-se do verbo latino: capere que diz o pegar, agarrar, prender. Portanto, o aprender é um processo, um acontecimento, onde cada um tende para (é o que diz a preposição latina ad-) aquilo que nos prende e agarra: o princípio de tudo. Não é, portanto, o sujeito que aprende, mas o deixar-se tomar por, tendendo para o princípio, numa palavra, dispondo-se para o que nos pode e deve prender. E isso se dá somente numa caminhada, isto é, num per-.
- Referência:
- - (1) LUZIE, Marta. A dobra e o destino. Rio de Janeiro: Sette Letras, p. 27.
3
- "Na percepção, nós recebemos o real nas sensações e nos sentimentos de nossa sensibilidade. E somos tocados e tão mobilizados pela rosa que a respeitamos e deixamos ser rosa, sem intervenção de espécie alguma. Outra bem outra, é a atitude da ciência ao observar a rosa. A rosa deixa de ser rosa para enquadrar-se numa classe, num gênero, numa espécie, numa família ou para submeter-se a um experimento e transformar-se num perfume, num chá ou num arranjo" (1).
- Referência:
- (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Ócio e negócio". In: Revista Tempo Brasileiro - Caminhos do pensamento hoje: novas linguagens no limiar do terceiro milênio, 136, jan.-mar., 1999, p. 74.
4
- "Certamente, o pensamento é um ato puramente psíquico e nada corporal; porém, a percepção de nosso pensamento exige, com efeito, sua expressão interior, movimentos embrionários da língua, iniciação de contrações e distensões na boca. Nosso corpo, desde sua fase interna, nos revela nosso próprio pensamento, como seu órgão externo de audição nos descobre o do próximo" (1).
- Referência:
- (1) ORTEGA Y GASSET, José. "Como nos vemos a nós. A mulher e seu corpo". In: Obras Completas de José Ortega y Gasset, 6. e. Madrid: Revista de Occidente, 1964, Tomo VI (1941-1946), p. 161.