Imaginar

De Dicionrio de Potica e Pensamento

(Diferença entre revisões)
(1)
(1)
Linha 10: Linha 10:
: (2) CASTRO, Manuel Antônio de. "Leitura: compreender e interpretar". In: -----. ''Leitura: questões''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 91.
: (2) CASTRO, Manuel Antônio de. "Leitura: compreender e interpretar". In: -----. ''Leitura: questões''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 91.
 +
 +
== 2 ==
 +
: "Também melhor se entende a [[ficcionalidade]] se atentarmos para o terceiro significado do verbo latino ''fingere'': [[imaginar]].  O [[imaginar]] é o contraponto do [[formar]].  O contraponto indica a [[presença]] da tensão do [[limite]] e do [[ilimitado]], da [[diferença]] e da [[identidade]], da [[língua]] e da [[Linguagem]].  O [[formar]] sem o [[imaginar]] origina os formalismos, provocando equívocos sobre o fazer [[literário]].  Já o [[literário]] se realiza quando o [[imaginário]] irrompe em [[produções]].  É isto o que caracteriza fundamentalmente a [[literatura]] infantil: uma [[presença]] marcante e irrefreável do [[imaginário]]. Porque a [[criança]] é mais sensível ao [[imaginário]].  Nela, o [[sonho]] é [[realidade]] e a [[realidade]] é [[sonho]].  Nela, o [[imaginário]] é [[realidade]] e a [[realidade]] é [[imaginário]]. Ainda não sofreu o processo de [[formação]] que a deforma para o real-imaginário e a deseduca para a humanização.  Pelo [[imaginar]], o [[homem]] consuma a sua humanização, na medida em que manifesta o [[sentido]] do que ele é.  Isso se chama [[libertação]]. Na realidade ficcional-literária o [[imaginar]] é o [[real]] vigorando" (1).
 +
 +
 +
: Referência:
 +
 +
: CASTRO, Manuel Antônio de. "Ficção e literatura infantil". In: ------------. ''Tempos de Metamorfose''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1994, p. 134.

Edição de 21h50min de 15 de Agosto de 2020

Imaginar, ver imaginação

1

"Todo imaginar já é um pré-compreender, que nem sempre encontra a sua expressão. Aí é que, para aparecer, no poeta acontece o “lutar com palavras...”, de que nos fala o poeta Drummond no poema “O lutador” (DRUMMOND, 1973, 67). E isso ainda é mais verdadeiro quando sabemos que “palavra” diz o que faz mediação entre o que é e o não é, entre o limite e o não-limite" (2).


Referência:
(1) ANDRADE, Carlos Drummond de. Reunião. 4a. e. Rio de Janeiro, José Olympio, 1973, p. 67.
(2) CASTRO, Manuel Antônio de. "Leitura: compreender e interpretar". In: -----. Leitura: questões. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 91.

2

"Também melhor se entende a ficcionalidade se atentarmos para o terceiro significado do verbo latino fingere: imaginar. O imaginar é o contraponto do formar. O contraponto indica a presença da tensão do limite e do ilimitado, da diferença e da identidade, da língua e da Linguagem. O formar sem o imaginar origina os formalismos, provocando equívocos sobre o fazer literário. Já o literário se realiza quando o imaginário irrompe em produções. É isto o que caracteriza fundamentalmente a literatura infantil: uma presença marcante e irrefreável do imaginário. Porque a criança é mais sensível ao imaginário. Nela, o sonho é realidade e a realidade é sonho. Nela, o imaginário é realidade e a realidade é imaginário. Ainda não sofreu o processo de formação que a deforma para o real-imaginário e a deseduca para a humanização. Pelo imaginar, o homem consuma a sua humanização, na medida em que manifesta o sentido do que ele é. Isso se chama libertação. Na realidade ficcional-literária o imaginar é o real vigorando" (1).


Referência:
CASTRO, Manuel Antônio de. "Ficção e literatura infantil". In: ------------. Tempos de Metamorfose. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1994, p. 134.
Ferramentas pessoais