Gênero

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: O estudo da literatura por gêneros, ou melhor, a teoria dos gêneros começa a desmoronar no [[Romantismo]] (ver Vitor Hugo - Hernani). Com isso a [[Poética]] tradicional perde seu sentido de ser. Não é que não haja mais gêneros, mas eles tendem a se mesclar. Os movimentos que se sucedem de renovação da criação artística pelo seu caráter de oposição sucessiva acabam por impor uma nova forma de estudo das criações literárias: os estilos de época. Por conta de mistura dos gêneros, a divisão tradicional se perde e a palavra gênero passa a designar um grande número de criações, ou seja, deixa de ter aquelas qualificações e determinações dadas pela [[Poética]] Clássica. A noção de gênero propriamente se esvai. Mas a [[Poética]] enquanto o poético de todo fazer artístico, esse continua e se renova continuamente em cada grande [[obra]] de [[arte]]. Pois não há obra de arte que não constitua a sua própria poética. Nesse sentido, enquanto houver obra de arte, isto é, ser humano, haverá a poética. Ela é permanentemente atual. Conferir (1).
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: O estudo da literatura por gêneros, ou melhor, a [[teoria]] dos gêneros começa a desmoronar no [[Romantismo]] (ver Vitor Hugo - ''Hernani''). Com isso a [[Poética]] tradicional perde seu sentido de ser. Não é que não haja mais gêneros, mas eles tendem a se mesclar. Os movimentos que se sucedem de renovação da [[criação]] artística pelo seu caráter de oposição sucessiva acabam por impor uma nova [[forma]] de estudo das [[criações]] literárias: os [[estilos]] de [[época]]. Por conta de mistura dos gêneros, a divisão tradicional se perde e a [[palavra]] gênero passa a designar um grande número de [[criações]], ou seja, deixa de ter aquelas qualificações e determinações dadas pela [[Poética]] Clássica. A noção de gênero propriamente se esvai. Mas a [[Poética]] enquanto o [[poético]] de todo fazer [[artístico]], esse continua e se renova continuamente em cada grande [[obra de arte]]. Pois não há [[obra de arte]] que não constitua a sua própria [[poética]]. Nesse sentido, enquanto houver [[obra de arte]], isto é, [[ser humano]], haverá a [[poética]]. Ela é permanentemente atual. Conferir (1).
:Referência:
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:(1) CAMPOS, Haroldo de. ''Ruptura dos gêneros na literatura latina americana''. São Paulo: Col. "Elos", Perspectiva, 1977.
:(1) CAMPOS, Haroldo de. ''Ruptura dos gêneros na literatura latina americana''. São Paulo: Col. "Elos", Perspectiva, 1977.
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Edição de 08h04min de 9 de Maio de 2017

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O estudo da literatura por gêneros, ou melhor, a teoria dos gêneros começa a desmoronar no Romantismo (ver Vitor Hugo - Hernani). Com isso a Poética tradicional perde seu sentido de ser. Não é que não haja mais gêneros, mas eles tendem a se mesclar. Os movimentos que se sucedem de renovação da criação artística pelo seu caráter de oposição sucessiva acabam por impor uma nova forma de estudo das criações literárias: os estilos de época. Por conta de mistura dos gêneros, a divisão tradicional se perde e a palavra gênero passa a designar um grande número de criações, ou seja, deixa de ter aquelas qualificações e determinações dadas pela Poética Clássica. A noção de gênero propriamente se esvai. Mas a Poética enquanto o poético de todo fazer artístico, esse continua e se renova continuamente em cada grande obra de arte. Pois não há obra de arte que não constitua a sua própria poética. Nesse sentido, enquanto houver obra de arte, isto é, ser humano, haverá a poética. Ela é permanentemente atual. Conferir (1).


Referência:
(1) CAMPOS, Haroldo de. Ruptura dos gêneros na literatura latina americana. São Paulo: Col. "Elos", Perspectiva, 1977.

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"Por isso, no mito, Cura é algo muito mais profundo do que os simples significados semânticos da palavra cura. Em latim, cura diz cuidado, cuidar. Em torno de Cura acontece o próprio constituir-se e plenificar-se poético-ontológico do ser humano. Nesse sentido, qualquer determinação de gênero ou cultura identitária, para a ontologia do ser humano, é reducionista. A Cura que vigora em cada ser humano, sempre de uma maneira originária, não se reduz, seja ao feminino, seja ao masculino, seja a uma identidade cultural. O que está em jogo no operar de Cura' é sempre o destino de cada ser humano, que é o acontecer de seu próprio. E este é absolutamente original para cada um. Não dá para reduzi-lo a classificações. Na regência de Cura se decide o destino do que cada um deve e consegue realizar" (1).


Referência bibliográfica:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O mito de Cura e o ser humano". In: -------. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 227.
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