Fenomenologia

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Edição feita às 00h15min de 3 de Novembro de 2009 por Fábio (Discussão | contribs)

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"Temos de levar a sério que o tema de Ser e Tempo é o ser dos seres, o ser do que é, e está sendo, das Sein des Seienden, e o sentido do ser em geral, der Sinn des Sein Ueberhaupt. A fenomenologia torna-se caminho de retorno, o movimento de volta para a fonte donde o tema é investigado. Isto significa, acentua Heidegger, que Ser e Tempo não prescreve para si um ponto de vista ou uma posição, nem uma corrente ou sistema, de vez que a fenomenologia não é nada disto e nunca poderá ser, enquanto se compreender a si mesma, como fenomenologia. Esta independência de posição e ponto de vista, esta libertação de corrente e sistema devem ser tomadas em toda sua radicalidade" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "A fenomenologia de Edmund Husserl e a fenomenologia de Martin Heidegger". In: Revista Tempo Brasileiro, nº 165. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2006, p. 8.


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"A fenomenologia é a linguagem dos fenômenos que são, seja na consciência e sua constitutiva intencionalidade, seja fora da consciência, tanto no pré-consciente, no subconsciente ou inconsciente, como no extra-consciente. Sem a vigência do ser num advento de realização de sua verdade não se dá nem se pode dar consciência e intencionalidade. Por isso a fenomenologia da Pré-sença, Dasein, é a locanda, a estância móvel, onde o homem encontra as possibilidades ontológicas para edificar seu modo de ser em todos os níveis de seu desempenho. Por isso, para edificar-se, Ser e Tempo não pode partir nem instalar-se na consciência, seja intencional ou não, seja transcendental ou não, seja empírica ou não" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "A fenomenologia de Edmund Husserl e a fenomenologia de Martin Heidegger". In: Revista Tempo Brasileiro, nº 165. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2006, p. 10.


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"Na fenomenologia, trata-se de ver com os olhos de todo o ser que se acha e se tem aos olhos. O fenômeno grita em cada esquina e clama pelas praças afora. Está por toda parte, na sarjeta e no ferro velho, na vida e na morte, no monte de lixo e no monturo de estrume. Dá-se abertamente em plena claridade, seja do meio dia, seja da meia noite. Basta abrir os olhos para dentro e para fora, como faz a rosa à luz da manhã, nas palavras de um médico do século XVII, que, em suas andanças de arauto, se chamava de Ângelus Silesius, mensageiro da Silésia. O ser não está atrás do que é e está sendo. Por detrás do sendo, não há nada, nem ser, nem sendo, somente o Nada" (1).


Referência:
LEÃO, Emmanuel Carneiro. "A fenomenologia de Edmund Husserl e a fenomenologia de Martin Heidegger". In: Revista Tempo Brasileiro, nº 165. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2006, p. 11.
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