Enigma
De Dicionário de Poética e Pensamento
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+ | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. " ''Phýsis'' e humano: a arteâ€. In: -----. ''Arte: o humano e o destino''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 264. |
Edição de 15h26min de 23 de Abril de 2019
1
- Enigma é o que se coloca como questão originária. Toda questão, como o próprio enigma, nos precede: já nascemos e nos movemos no enigma. A questão originária ou enigma jamais se resolve em qualquer conceito ou teoria. A questão, que é prévia a qualquer ver, solicita sempre o ver originário. Aquele em que Édipo mergulhou quando se cegou, cumprindo o seu destino. O melhor caminho para pensar toda questão, que é sempre enigma, é constatar como já desde sempre nos movemos no destino. Todo destino já solicita nosso questionar, porque não é algo sem o qual se possa viver. E é então que o destino que é nossa vida se manifesta como enigma.
2
- A realidade, o nada criativo, é um enigma que permeia o labirinto em que a verdade poética acontece, desvelando a realidade em mundo e velando-se como enigma, mistério. É o que denominamos questão.
4
- "Não é a cultura que faz o homem nem ela se opõe à phýsis. Se o homem, parece, está referenciado à cultura, na verdade, pela cultura o homem se referencia à phýsis. Isso fica, de novo, evidente pelo fato de que diante do enigma e mistério da phýsis, o ser humano não só cultiva, mas, sobretudo e em primeiro lugar, ele cultua. O culto na e pela cultura já evidencia que tudo provém dela porque nela se funda: o ser humano, o cultivado, a cultura e o culto. Nesta evidência não é a identidade cultural que faz o ser humano nem ele se dá essa identidade, mas o ser humano manifestando na cultura a phýsis, manifesta-se como humano e, manifestando-se como humano, eleva a phýsis ao seu grau máximo de realização (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. " Phýsis e humano: a arteâ€. In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 264.