Deuses

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O mito de Cura e o ser humano". In: -----. '''Arte: o humano e o destino'''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 222.
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: "Os [[deuses]] de fato existem e é [[evidente]] o [[conhecimento]] que temos deles; já a [[imagem]] que deles faz a maioria das pessoas, essa não existe: as pessoas não constumam preservar a noção que têm dos deuses. Ímpio não é quem rejeita os deuses em que a maioria crê, mas sim quem atribui aos [[deuses]] os falsos juízos dessa maioria" (1).
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: (1) EPICURO. ''Carta sobre a felicidade'' (a Meneceu). Trad. e Apresentação de Álvaro Lorencini e Enzo Del Carratore. São Paulo: Editora UNESP, 2002, p. 25.
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ulisses e a Escuta do canto das Sereias". In: -----. '''Arte: o humano e o destino'''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, 161.
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: (2) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Uma leitura órfica de uma sentença grega". In: -----. '''Aprendendo a pensar II'''. Petrópolis: Vozes, 1992, 134.
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: "A [[palavra]], no modo em que já foi [[palavra]], perdeu-se do antigo [[lugar]] em que [[deuses]] apareciam. Como já foi a [[palavra]]? A [[proximidade]] de um [[deus]] acontecia na própria [[saga]] de um [[dizer]]. O [[dizer]] era em si mesmo o deixar [[aparecer]] do que havia sido contemplado por aqueles que dizem, porque isso já os havia contemplado. Esse [[olhar]] trouxe os que dizem e os que escutam para a intimidade [[infinita]] da luta entre [[homens]] e [[deuses]]" (1).
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: (1) HEIDEGGER, Martin. "A palavra". In: ----. '''A caminho da Linguagem'''. Trad. Marcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis (RJ): Vozes. Bragança Paulista (SP): Editora Universitária São Francisco, 2003, p. 173.
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: "No [[mundo]] animado do [[Antigo Egito]], os [[números]] não designavam apenas [[quantidades]], pelo contrário, eram considerados [[definições]] [[concretas]] de [[princípios]] energéticos que formavam a [[natureza]]. Os [[egípcios]] chamavam esses [[princípios]] [[energéticos]] de '''neteru'' ([[deuses]])" (1).
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: (1) GADALLA, Moustafa. "Tudo é número". In: -----. '''Cosmologia egípcia - o universo animado'''. Trad. Fernanda Rossi. São Paulo: Madras Editora, 2003, p. 29.
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: "Os [[egípcios antigos]] acreditavam em um [[Único]] [[Deus]] que criou e concebeu a si mesmo, e que era [[imortal]], invisível, [[eterno]], onisciente, todo-poderoso, etc. Este [[Único]] [[Deus]] nunca era representado, as [[funções]] e [[atributos]] de seu domínio eram representadas. Estes [[atributos]] eram chamados de '''neteru''' (pronuncia-se ''net-er-u'' no singular, '''neter''' no [[masculino]] e '''netert''' no [[feminino]]). O termo ''[[deuses]]'' é uma [[representação]] incorreta do termo [[egípcio]] '''neteru'''" (1).
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: (1) GADALLA, Moustafa. "O Mais Religioso". In: ------.  '''Cosmologia egípcia - o universo animado'''. Trad. Fernanda Rossi. São Paulo: Madras Editora, 2003, p. 22.
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: "[[Píndaro]] chama [[lugares]], regiões, montanhas ou margens do rio de ''dza-theos'', quando quer remeter a uma [[experiência]] do [[extraordinário]]. É aí que o [[mistério]] da [[realidade]] aparece, como tal, e se deixa [[ver]] como a [[realidade]] nas [[realizações]]. É o que os [[gregos]] entendiam e chamavam ''theoi'' [palavra [[grega]], plural de ''theos'', [[deus]],] ou seja:[[deuses]] " (1).
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: (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. '''Aprendendo a pensar II'''. Petrópolis/RJ: Vozes, p. 133, 1992.
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: "Os [[deuses]] [[míticos]], entendidos na [[palavra]] [[poética]], instituem o seu [[próprio]] [[tempo]], o [[tempo]] [[poético]], onde se dá a abertura para a [[presentificação]]/[[doação]] do [[extraordinário]]. Lê-los e interpretá-los é, pois, [[traduzir]] em nossa [[língua]] a [[linguagem]] da [[questão]] que eles dizem" (1).
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ulisses e a Escuta do Canto das Sereias”. In: -----. '''Arte: o humano e o destino'''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 161.
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: "César compara os [[deuses]] [[celtas]] da [[cura]] ao [[clássico]] [[deus]] [[solar]] [[Apolo]], mas para os [[celtas]] o [[poder]] de [[cura]] não vinha do [[sol]], mas do [[Outro Mundo]], o [[reino]] da [[escuridão]] e do [[conhecimento]]" (1).
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: (1) HOOD, Juliette. "Cura Espiritual". '''O livro celta da vida e da morte'''. Trad. Denise de C. Rocha Delela. São Paulo: Editora Pensamento, 2011, p. 114.

Edição atual tal como 16h04min de 6 de fevereiro de 2022

Tabela de conteúdo

1

"Deuses não são entidades, mas as diferentes modalidades manifestativas do vigorar do sagrado. Deuses são forças misteriosas que constituem a realidade e o ser humano em sua realidade. Por isso, todas as culturas sempre tiveram deuses" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O mito de Cura e o ser humano". In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 222.

2

"Os deuses de fato existem e é evidente o conhecimento que temos deles; já a imagem que deles faz a maioria das pessoas, essa não existe: as pessoas não costumam preservar a noção que têm dos deuses. Ímpio não é quem rejeita os deuses em que a maioria crê, mas, sim, quem atribui aos deuses os falsos juízos dessa maioria" (1).


Referência:
(1) EPICURO. Carta sobre a felicidade (a Meneceu). Trad. e Apresentação de Álvaro Lorencini e Enzo Del Carratore. São Paulo: Editora UNESP, 2002, p. 25.

3

"Os deuses míticos, em sua origem, nada têm a ver com fetichismo, idolatria ou magia. Apontam para: (1)
"... uma denominação condizente e adequada à vigência do extraordinário e ao vigor do mistério da realidade. É o que exprimiam com palavras theoi, theontes kai daímones, isto é, em palavras que significam aparições, processos de eclodir, surgir e dar-se" (2) ".


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ulisses e a Escuta do canto das Sereias". In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, 161.
(2) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Uma leitura órfica de uma sentença grega". In: -----. Aprendendo a pensar II. Petrópolis: Vozes, 1992, 134.

4

"A palavra, no modo em que já foi palavra, perdeu-se do antigo lugar em que deuses apareciam. Como já foi a palavra? A proximidade de um deus acontecia na própria saga de um dizer. O dizer era em si mesmo o deixar aparecer do que havia sido contemplado por aqueles que dizem, porque isso já os havia contemplado. Esse olhar trouxe os que dizem e os que escutam para a intimidade infinita da luta entre homens e deuses" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. "A palavra". In: ----. A caminho da Linguagem. Trad. Marcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis (RJ): Vozes. Bragança Paulista (SP): Editora Universitária São Francisco, 2003, p. 173.

5

"No mundo animado do Antigo Egito, os números não designavam apenas quantidades, pelo contrário, eram considerados definições concretas de princípios energéticos que formavam a natureza. Os egípcios chamavam esses princípios energéticos de 'neteru (deuses)" (1).


Referência:
(1) GADALLA, Moustafa. "Tudo é número". In: -----. Cosmologia egípcia - o universo animado. Trad. Fernanda Rossi. São Paulo: Madras Editora, 2003, p. 29.

6

"Os egípcios antigos acreditavam em um Único Deus que criou e concebeu a si mesmo, e que era imortal, invisível, eterno, onisciente, todo-poderoso, etc. Este Único Deus nunca era representado, as funções e atributos de seu domínio eram representadas. Estes atributos eram chamados de neteru (pronuncia-se net-er-u no singular, neter no masculino e netert no feminino). O termo deuses é uma representação incorreta do termo egípcio neteru" (1).


Referência:
(1) GADALLA, Moustafa. "O Mais Religioso". In: ------. Cosmologia egípcia - o universo animado. Trad. Fernanda Rossi. São Paulo: Madras Editora, 2003, p. 22.

7

"Píndaro chama lugares, regiões, montanhas ou margens do rio de dza-theos, quando quer remeter a uma experiência do extraordinário. É aí que o mistério da realidade aparece, como tal, e se deixa ver como a realidade nas realizações. É o que os gregos entendiam e chamavam theoi [palavra grega, plural de theos, deus,] ou seja:deuses " (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. Aprendendo a pensar II. Petrópolis/RJ: Vozes, p. 133, 1992.

8

"Os deuses míticos, entendidos na palavra poética, instituem o seu próprio tempo, o tempo poético, onde se dá a abertura para a presentificação/doação do extraordinário. Lê-los e interpretá-los é, pois, traduzir em nossa língua a linguagem da questão que eles dizem" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ulisses e a Escuta do Canto das Sereias”. In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 161.

9

"César compara os deuses celtas da cura ao clássico deus solar Apolo, mas para os celtas o poder de cura não vinha do sol, mas do Outro Mundo, o reino da escuridão e do conhecimento" (1).


Referência:
(1) HOOD, Juliette. "Cura Espiritual". O livro celta da vida e da morte. Trad. Denise de C. Rocha Delela. São Paulo: Editora Pensamento, 2011, p. 114.