Outro

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Edição feita às 15h16min de 19 de Setembro de 2017 por Profmanuel (Discussão | contribs)

1

"Podemos distinguir o outro que é o outro e que não sou eu, do outro de mim mesmo, isto é, aquele outro que eu ainda não sou e desconheço, mas posso chegar a ser e a conhecer. E ainda podemos falar também do outro do outro [que não sou eu], aquele que jamais me será acessível (se não conheço ainda o outro de mim mesmo, imagine-se conhecer o outro do outro, ou seja, há sempre um velado em tudo que se desvela, em todo fenômeno. Daí a realidade ser um mistério, que nenhuma razão jamais pode dar a conhecer. É o limite instransponível da estética e da epistemologia" (1). E isso se torna o ponto fraco de todas as teorias que tomam como base a estética, que, essencialmente, é epistemológica. É necessário uma abertura para o poético que há em nós, que é justamente aquilo que ainda não é e não conhecemos e é nosso desafio.


- Manuel Antônio de Castro


Referência:
CASTRO, Manuel Antônio de. "Ser, o agir e o humano". In: --------. Leitura: questões. Rio de Janeiro: Editora Tempo Brasileiro, 2015, p. 38.

2

"Não se pode estabelecer todo relacionamento numa posição, a não ser aceitando a multiplicidade de posições. Na multiplicidade você se coloca, assume uma posição. Sempre há o outro, o diferente, tanto o outro do outro, quanto o outro de si mesmo, em cada posição. O outro é a diferença do próprio movimento de constituir uma diferença, uma posição. Toda posição se mantém numa processo de diferenciação e já é em si mesma um outro, e traz consigo a dinâmica de diferenciação de sua proveniência" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "O caminho genealógico de Platão". In: -------. Filosofia grega: uma introdução. Teresópolis: Daimon Editora, 2010, p. 212.

3

"O que somos também não pode ser determinado pelo olhar dos outros nem pelo que está na moda ou pelo que predomina como demanda de consumo no contexto social ou ainda por alguma possível função. O outro, sempre presente no diálogo que todos nós somos, não é determinante para aquilo que somos e não somos, mas o sinal visível e externo da afirmação de nossa diferença. O outro não pode ser a minha medida, senão nos medimos por algo que nos é estranho. E é esta não-medida que podemos denominar de impróprio. Mas ele deve compartilhar, pela com-paixão, a aventura de sermos no apelo abismal de todo diálogo, de toda leitura" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de Castro. "A linguagem poética e instrumental". In: -------. Leitura: questões. Rio de Janeiro: Editora Tempo Brasileiro, 2015, p. 55.
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