Tradução

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Edição feita às 14h47min de 27 de Abril de 2017 por Profmanuel (Discussão | contribs)

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"Para Heidegger, traduzir só é possível enquanto um conduzir-se para aquilo a partir de onde fala a palavra. Traduzir não é simplesmente conduzir uma língua para outra, uma palavra para outra, mas conduzir a língua para o horizonte de experiência a partir do qual uma palavra se pronuncia, se enuncia. Só é possível, pois, traduzir uma palavra quando se é conduzido para o pensamento em que tal palavra se fez necessária" (1).


Referência:
(1) SCHUBACK, Márcia Sá Cavalcante. "A perplexidade da presença". In: HEIDEGGER, Martin. Ser e tempo. Trad. Márcia Sá Cavalcante Schuback. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2006, p.17.

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"Dizemos, então, ser o 'traduzir' a transposição de uma língua para outra, da língua estrangeira para a língua materna ou também o contrário. Entretanto, temos dificuldade de entender que, constantemente, já estamos traduzindo nossa própria língua, a língua materna, para sua palavra própria, genuína. Falar e dizer é, em si, um traduzir, cuja essência não pode de forma alguma consistir em duas situações, onde as palavras que transpõem e as palavras transpostas pertençam a linguagens diversas. Em cada diálogo e em cada solilóquio vige um traduzir originário" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. Parmênides. Trad. Sérgio Mário Wrublevski. Petrópolis: 2008, p. 28.

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"O diálogo pensante de Heidegger com a tradição do pensamento ocidental cumpre-se numa tarefa de tradução. Tradução do pensamento para a movimentação de seu começo, ou seja, para o horizonte de suas possibilidades. Este é o sentido etimológico da tradução. Pensar é traduzir para o horizonte do começo" (1).


Referência:
(1) SCHUBACK, Márcia Sá Cavalcante. "Para que língua se traduz o Ocidente". In: O que nos faz pensar. Cadernos do Departamento de Filosofia da PUC-RIO, out. de 1996, p. 64.

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"...uma tradução apenas pelo sentido é a pior das traições. Para fazer justiça ao teor de surpresa do texto original, precisa descriar e re-produzir os efeitos materiais, gerando análogos, universos sígnicos instavelmente paralelos, ora secantes, ora tangentes, à figura original (1).


Referência:
(1) LEMINSKI, Paulo. Ensaios e anseios crípticos. 2ª ed. ampliada. Campinas: Editora da Unicamp, 2012, p. 248.


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"E a tradução? Eis de novo o problema. É que cada tradução já traz com ela um horizonte onde se dá a posição da língua para a qual se traduz. Sim, toda língua já constitui uma posição no silêncio e vazio do ser" (1).


Referência bibliográfica:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O próprio como possibilidades". In: --------. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 129.


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"... mas enquanto uma tradução é apenas literal ela ainda não precisa ser, em sua essência, fiel. Ela é fiel apenas quando suas palavras são palavras que falam a partir da linguagem da coisa em questão" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. "A sentença de Anaximandro". Trad. Ernildo Stein. In: Os pré-socráticos - fragmentos, doxografia e comentários. Coleção Os pensadores. Seleção de textos de José Cavalcante de Souza. São Paulo: Abril Cultural, 1978, p. 20.
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