Língua

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Edição feita às 14h25min de 14 de Abril de 2017 por Profmanuel (Discussão | contribs)

Tabela de conteúdo

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Reduzir a linguagem à língua é a tentativa moderna de reduzir a vida ao vivente. Só na língua é possível reduzir a realidade a julgamentos, a orações, fonte necessária de todos os atributos, de todas as representações, de todos os suportes. Toda representação origina e tem sua vigência num sistema. Daí ser tradicional e comum a representação de língua como um código. Código pode ser representado e visualizado como uma rede (de significados) ou sistema articulado de linhas e nós, onde se esquece o vazio em que eles podem se constituir em rede e até se expandir em novos significados. Não há significado sem sentido, como não há sentido sem vazio ou silêncio.


- Manuel Antônio de Castro


2

Toda língua é uma experienciação do real que se dá e se retrai como Linguagem.


- Manuel Antônio de Castro


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 : "E a tradução? Eis de novo o problema. É que cada tradução já traz com ela um horizonte onde se dá a posição da língua para a qual se traduz. Sim, toda língua já constitui uma posição no silêncio e vazio do ser" (1).


Referência bibliográfica:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O próprio como possibilidades". In: --------. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 129.


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"Língua e vocabulário podem se tornar duas palavras enganadoras, pois o que aí se quer dizer precede e excede em muito o que elas tanto evocam como manifestam. Convocar, evocar, vocação, voz e vocábulo têm a mesma “raiz indo-européia *wek.w, que indicava a emissão de voz com todas as forças religiosas e jurídicas que delas resultam” (1). É a voz que, provindo do sagrado, tem força de realização, de manifestação da realidade. É a voz de todas as forças divinas, dos deuses" (2).


Referência:
(1) (ERNOUT e MEILLET, 1979, 754)
(2) CASTRO, Manuel Antônio de. "Obra de arte, vocabulário e mundo". In: ------------. Leitura: questões. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 240.