Dúvida

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Edição feita às 22h02min de 25 de março de 2020 por Profmanuel (Discussão | contribs)

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Diante da morte, toda dúvida, fundamentada na razão duvidante, mostra como é limitada em sua pretensão de conhecer tudo, quando se trata da vigência da realidade da morte. O conhecer da razão jamais nos abrirá as portas da questão que nos convida a saber o não-saber de toda morte. A morte é o originário de todo saber que não-sabe.


- Manuel Antônio de Castro

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"Quando duvido só posso duvidar porque ajo a partir do radicar na essência do agir enquanto o não-querer de todo querer e, portanto, no procurar, no saber sempre o não-saber de todo saber. Todo duvidar radica na essência do agir. Só deixamos de agir quando um outro agir nos toma e do qual nada podemos falar. Para agir essencialmente não basta viver, é necessário ser o que se vive. Agir essencialmente é ser" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Liberdade, vontade e uso de drogas". In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 271.

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"Hesse afastou a espiritualidade da perfeição, lançando-a, em vez disso, no caminho incerto da dúvida e da imperfeição, e aproximando-a, de certo modo, da arte. A e a dúvida, ele ensinava, em vez de se excluírem, se correspondem. Onde não se duvida, não se crê verdadeiramente. Lição que se torna luminosa no mundo sectário e sombrio em que vivemos" (1).
Afirmar que a e a dúvida se correspondem é não conhecer a essência da em sua vigência. A não é algo vazio. Em que se tem ? E pode a conviver com o questionar? São questões difíceis. E justamente ao longo da vida humana, como a exclui o que não é do seu âmbito, há a tendência a excluir aqueles que não têm a mesma . Porém, podemos admitir diferentes crenças, cada uma com a sua . E elas podem conviver em diálogo e compreensão. Por outro lado, o questionar se defronta em sua radicalidade com o mistério. E diante do mistério só resta o silêncio, sobretudo o da razão.


- Manuel Antônio de Castro.
Referência:
CASTELLO, José. Resenha publicada no Caderno "Prosa & Verso", p. 5, do Jornal O Globo.
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