Mal

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:O mal não é relativo. Relativa é a [[visão]] do mal. O [[bem]] não é relativo. Relativa é a [[visão]] do bem. O [[ético]] é o [[bem]]. A falta do [[ético]] é o mal. Nem o mal nem o [[bem]] são relativos. Vigem na [[presença]] ou [[ausência]] do [[ético]]. A professora entrou na sala de aula e expôs para os alunos um copo com água, que ocupava exatamente a metade do copo. Perguntou à Juliana:
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: "O mal ou o bem, estão é em quem faz; não é no efeito que dão" (1).
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: - O copo está cheio ou [[vazio]]?
 
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: - Eu acho que está cheio até a metade.
 
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: - E você, Júlio, o que acha? Está cheio ou [[vazio]]?
 
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: - Eu acho que está [[vazio]] pela metade.
 
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:Qual dos dois alunos tem [[razão]]? Os dois. Isso é [[evidente]]. O que não é tão evidente e, no entanto, mais [[verdadeiro]], é que os dois alunos só podem discordar porque o [[real]] precede as suas [[visões]] e tanto se oferece à [[visão]] como cheio e como [[vazio]]. Essa [[doação]] do [[real]] não é relativa. A [[ambiguidade]] não está na [[visão]], mas no [[ser]] que tanto se dá como [[vazio]] quanto como cheio. E a nossa [[visão]] do cheio ou do [[vazio]] só vem de nós na [[medida]] em que sendo e não-sendo somos também uma doação do [[ser]]. Por isso a [[arte]] é [[ética]], porque radica no [[ser]]/[[não-ser]] e não na [[visão]] que cada um tem. é no [[horizonte]] do [[ético]] que se decide a [[presença]] do mal. Mas jamais confundir o [[ético]] / [[ética]] com a [[moral]].
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:- [[Manuel Antônio de Castro]].
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: (1) ROSA, João Guimarães. ''Grande sertão: veredas''. 6. e. Rio de Janeiro: José Olympio, 1968, p. 77.
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Edição de 00h50min de 20 de Outubro de 2017

1

"O mal ou o bem, estão é em quem faz; não é no efeito que dão" (1).


Referência:
(1) ROSA, João Guimarães. Grande sertão: veredas. 6. e. Rio de Janeiro: José Olympio, 1968, p. 77.

2

Estar sem ser ainda não é sentido. Tal carência é o mal. É então que se discerne o ético, que nada mais é do que a morada no sagrado, medida que a morte faz vigorar.


- Manuel Antônio de Castro.


3

"No princípio de tudo a ação. O agir humano é empenho e conquista de ser, é percepção e vivência de não ser na experiência de vir a ser. O homem não faz apenas bem e /ou mal as coisas que faz. Ele faz também um bem e/ou um mal a si mesmo e aos outros. Mas em tudo que venha a fazer e/ou deixar de fazer lhe chega sempre um convite radical, o convite de fazer o bem e evitar o mal. É neste sentido que, na dinâmica de todo agir humano, vive um tríplice apelo: fazer bem, fazer um bem, fazer o bem. Assim, a ética, em que mora todo agir dos homens, consiste em fazer o bem e evitar o mal em tudo." (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "O Édipo em Píndaro e Freud". In: -----. Filosofia contemporânea. Teresópolis/RJ: Daimon Editora, 2013, p. 63.
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