Unidade

De Dicionário de Poética e Pensamento

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:"Há na unidade a vigência de [[identidade]] e [[diferença]], a unidade é sempre unidade de identidade e diferença, do mesmo e do outro. Toda e qualquer instância da unidade é disposição de tensão, isto é, na medida em que ordena e é ordenada, a unidade não vige sem tensão. Essa [[tensão]] se dá porque a unidade é, internamente, a vigência do uno enquanto uno, ao mesmo tempo em que, a partir dessa [[vigência]], instaura, externamente, uma dinâmica de diferença que é ao mesmo tempo uma dinâmica de diferença específica, em que as tentativas de identificação generalizantes se apresentam insuficientes, para dar conta da diferença específica imposta. A unidade traz, desse modo, uma dinamicidade pela vigência de identidade e diferença postas concretamente, interna e externamente, em dinâmica pela vigência de toda e qualquer unidade. Por trazer à presença uma dinâmica de diferenças, a unidade enquanto unidade tem sempre consigo o desconhecido ou, ao menos, potencialmente, o desconhecido e só é unidade em con-junção com esse [[desconhecido]]" (1).
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:Qual a importância de se [[pensar]] o [[mesmo]], não como [[conceito]], mas como o [[elemento]] onde o [[tempo]] [[é]] e está sendo [[tempo]]? É que o [[mesmo]] dá [[unidade]] ao antes e ao depois e à [[travessia]]. Essa [[unidade]] é a [[realidade]] enquanto [[morte]], não mais como fim, mas como simples [[possibilidade]] de [[ser]] e de consumar o [[próprio]].  
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:Referência:
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:- [[Manuel Antônio de Castro]]
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:(1) JARDIM, Antonio. ''Música: vigência do pensar poético''. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 53.
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Edição de 14h34min de 6 de Agosto de 2017

Ver também Um e Uno

1

" - Um prendedor de cabelos entre os dedos:' - Olhe isto aqui. Tem dois dentes, mas é um alfinete. São dois, porém, é um. Se eu o endireitar, ele se torna uma entidade única. Se eu dobrá-lo, ele se torna dois... sem deixar de ser um. Isso significa que esses dois são um. Mas se eu quebrá-lo, agora eles são dois' " (1).


Referência:
(1). BERGMAN, Ingmar. Fala do velho Diretor de teatro Henrik Vogler (Erland Josephson), no filme Depois do ensaio Suécia, 1984.

2

"Uma unidade existente ou criada vigor|vigora sempre como unidade, significa: mesmo que composta por outras unidades, a volta a essas unidades é necessariamente diluição, tanto quanto o é a volta de uma unidade composta às unidades componentes. Uma unidade se caracteriza basicamente enquanto unidade seja ela originária ou não. Uma unidade é irrepetível no outro, ela não se expõe à dinâmica da igualdade. Uma unidade só é igual a si mesma. É a partir desse ser igual a si mesma que ela é concomitantemente exigência de um outro, ou de uma outra unidade. A unidade é a insuficiência manifesta pela suficiência. A imposição da realidade como dinâmica se dá a partir da unidade que esta mesma realidade é ao mesmo tempo, capaz e incapaz de produzir" (1).


Referência:
(1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 53-4.

3

"No entanto, toda ideia é con-formada a partir da unidade. Sem unidade nem mesmo a ideia é possível. Tendo ou não a ideia como mediação, a unidade é o que é primeiro, é o que é primário, originário. É só a partir da unidade que pode se constituir e dar movimento. A unidade não paralisa o movimento, antes pelo contrário, toda e qualquer unidade traz consigo o movimento, porque toda e qualquer unidade é sempre unidade de identidade e diferença. É sempre na unidade que identidade e diferença podem ter vigência" (1).


Referência:
(1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 74.

4

Qual a importância de se pensar o mesmo, não como conceito, mas como o elemento onde o tempo é e está sendo tempo? É que o mesmo dá unidade ao antes e ao depois e à travessia. Essa unidade é a realidade enquanto morte, não mais como fim, mas como simples possibilidade de ser e de consumar o próprio.


- Manuel Antônio de Castro

5

"A unidade é o ponto inicial de qualquer desencadear de realidade. Toda realidade é unidade de identidade e diferença. Na medida em que toda unidade é a vigência do mais simples e do mais complexo, toda unidade é sem dobras, e ao mesmo tempo a exigência de dobramento" (1).


Referência:
(1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 53.


Ver também:


6

"Uma unidade se caracteriza basicamente enquanto unidade seja ela originária ou não. Uma unidade é irrepetível no outro, ela não se expõe à dinâmica da igualdade. Uma unidade só é igual a si mesma. É a partir desse ser igual a si mesma que ela é concomitantemente exigência de um outro, ou de uma outra unidade. A unidade é a insuficiência manifesta pela suficiência. A imposição da realidade como dinâmica se dá a partir da unidade que esta mesma realidade é ao mesmo tempo, capaz e incapaz de produzir" (1).


Referência:
(1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 53.


7

"[...], o uno é o jogo que revela o devir do que se esconde para poder se revelar (1)".


Referência:
(1) PESSANHA, Fábio Santana. A hermenêutica do mar – Um estudo sobre a poética de Virgílio de Lemos. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2013, pp. 123-4.


8

"Numa unidade, o que se dá é um processo de presentificação do uno. Uma unidade é possível quando, mesmo que diferentes, duas coisas con-formem uma, que passe a ter sua vigência de modo indissolúvel, a quebra de sua unidade passa a ser fator de sua destruição. Significa: no caso de duas ou mais coisas diferentes, nós passamos a ter uma unidade quando uma vez juntas essas unidades, se é incapaz de devolvê-las, por nenhum processo, a suas diferenças originais sem que com isso fique destruída a nova unidade composta por essas mesmas coisas. Há unidade quando há harmonia, um acordo, na junção em que se cria uma outra unidade indissolúvel" (1).


Referência:
(1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 50.


Ver também:
Ferramentas pessoais