Lethes

De Dicionário de Poética e Pensamento

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À tripartição do tempo falta a consistência do mudar, do atualizar, não como um presente que só é presente no acontecer enquanto velar-se (futuro) no desvelar-se (passado), mas onde ambos acontecem como presente permanentemente. Quando este presente finda, advém a morte e o mergulho misterioso no des-viver para se experienciar a vigência da memória como memória, o rio da morte como sendo, no mito, o rio Lethes. Este não é, como pseudamente se traduz, o rio do esquecimento, mas o Rio da Memória como Memória, ou seja, como acontece nas obras de arte, um presente, um atuar sem futuro nem passado. Então a morte deixa de ser morte porque não mais se pode falar de morte, pois não mais há vida. Não há mais Amor, só amar. Advém o silêncio como repouso amoroso.


- Manuel Antônio de Castro.
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