Ser

De Dicionrio de Potica e Pensamento

(Diferença entre revisões)
Linha 107: Linha 107:
(1) LISPECTOR, Clarice. Texto publicado numa montagem artística de fotos com textos de Clarice, sem indicação da fonte.
(1) LISPECTOR, Clarice. Texto publicado numa montagem artística de fotos com textos de Clarice, sem indicação da fonte.
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:"O que verdadeiramente somos é aquilo que o impossível cria em nós" (1).
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Referência:
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: (1) LISPECTOR, Clarice. Texto publicado numa montagem artística de fotos com textos de Clarice, sem indicação da fonte.
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Obtido em "http://www.dicpoetica.letras.ufrj.br/index.php/M%C3%A9todo"

Edição de 23h11min de 17 de Abril de 2010

1

"Ser: viver, surgir, permanecer. Estes sentidos correspondem às três raízes que aparecem no verbo ser" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. Introdução à Metafísica. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1969, pp. 97-8.


Ver também:

2

"Revela-se que o Ser é o encanto das Vozes (isto é, as Musas) e as Musas não são outra coisa que a múltipla Presença do Divino" (1). "Relação entre linguagem e ser, ou seja: entre o Canto em seu encanto e a aparição do que se canta, e consequentemente entre a Revelação (alétheia) e o Esquecimento (lesmosýne/léthe)" (2). "A rigor, não há na Teogonia uma relação entre linguagem e ser, mas uma imanência recíproca entre eles" (3).


Referências:
(1) TORRANO, JAA. "Introdução". In: Hesíodo. Teogonia. Trad. JAA Torrano. São Paulo: Iluminuras, 1992, p. 28.
(2) Idem, p. 29.
(3) Idem, p. 29.


Ver também:

3

Não basta ter conhecimentos, é preciso ser o que se conhece. Há aqui uma tensão entre ser e ter. Emmanuel Carneiro Leão trata da questão do ter no ensaio "Leitura órfica de uma sentença grega" (1). Trata-se do "ter linguagem". Em que sentido se emprega o "ter"? Diz Márcia Schuback: "'Ser' homem para o grego é 'ter' lógos (...) Ser homem para o grego significa, sobretudo, estar na disposição do lógos. De modo algum, o homem 'tem' lógos como uma propriedade dada genética, natural. Tem o lógos enquanto uma disposição para empenhar-se pelo lógos" (2).


- Manuel Antônio de Castro


Referências:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. Aprendendo a pensar II. Petrópolis: Vozes, 1992.
(2) SCHUBACK, Márcia Sá Cavalcante. "As cordas serenas de Ulisses". In: Ensaios de filosofia. Petrópolis: Vozes, 1999, p. 174.

4

Ao enigma que é o ser podemos chegar por quatro vias, todas integradas na questão da liminaridade: a) como horizonte, quando no visível o ser humano já desde sempre se lança para o invisível. Mas esse movimento de ver o não-visível do visível, sempre se dá num movimento incessante inerente a toda questão, articulando tanto mais um ver quanto mais se lança no não-ver. O ser humano é convocado pela questão do não-ver; b) Como saber, pois quando pergunta, pergunta porque não sabe e quer saber o não-saber, mas, ao mesmo tempo, só pode perguntar porque já sabe o não-saber. E, por isso, o ser humano é convocado pela questão do não-saber; c) Como querer, quando deseja-se isto e aquilo. Mas isto e aquilo são uma posse e não o poder da posse das possibilidades. Por isso, isto e aquilo não satisfazem o desejo. O desejo não é disto ou aquilo enquanto posse disto ou daquilo. O desejo é sempre poder a posse de todas as possibilidades. O ser humano é convocado pela questão do não-querer. Só esta posse faz o ser humano feliz, ou seja, responde e corresponde ao seu querer/desejar; d) Como ser, quando questiona "o que é isto?", "o que é aquilo?". Mas ao perguntar por isto e aquilo, no fundo, não pergunta por isto e aquilo enquanto ente, mas sempre e já a partir do ser, senão nem poderia perguntar. Contudo toda questão pergunta pelo o ser na dimensão verbal do ente enquanto não-é: o que é, o que foi, o que será? Por isso, a resposta da questão será sempre no plano do ente, recolocando a questão do não-ser. O ser humano, contudo, é sempre convocado pela questão do ser, na dimensão do ver, do saber, do querer e do não-ser. Esse é o enigma do ser humano que sempre se dimensiona na questão porque nela ele se mede como ente na medida do ser por não-ser. A questão antes de ser perguntada já nos ultrapassa. Ela é a desmedida de toda medida da pergunta por, sobre e com.


- Manuel Antônio de Castro


Ver também:

5

"Ser não pode ser. Se fosse (ser) não mais permaneceria ser, mas seria ente" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. In: A tese de Kant sobre o ser. São Paulo: Duas Cidades, 1970, p. 95.


Ver também:

6

"Ser e pensar unem e trazem consigo o mundo e a phýsis como possibilidade de constituição de uma espácio-temporalidade que se estrutura para além do domínio das realizações, mas também o mundo e a phýsis como espácio-temporalidade de constituição da realidade do ser como desvelamento".


Referência:
(1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 62.


Ver também:


7

"Ser e pensar, em Parmênides, se identificam como condições de possibilidade do existir na mesmidade. Ser e pensar unem e trazem consigo o mundo e a phýsis como possibilidade de constituição de uma espácio-temporalidade que se estrutura para além do domínio das realizações, mas também o mundo e a phýsis como espácio-temporalidade de constituição da realidade do ser como desvelamento" (1).


Referência:
(1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 62.

8

"O ser não é 'algo' que se acha escondido num lugar supra-sensível ou no alto de uma especulação distante e elevada. Como nos mostra a todo instante a palavrinha 'é', ser 'é' o mais próximo da proximidade" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. Heráclito. Trad. Márcia Sá Cavalcante Schuback. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1998, p.115.


9

"Tenho medo de dizer quem sou: no momento em que tento falar, não exprimo o que sinto e o que sinto se transforma, lentamente, no que eu digo" (1).


Referência:

(1) LISPECTOR, Clarice. Texto publicado numa montagem artística de fotos com textos de Clarice, sem indicação da fonte.


10

"O que verdadeiramente somos é aquilo que o impossível cria em nós" (1).


Referência:

(1) LISPECTOR, Clarice. Texto publicado numa montagem artística de fotos com textos de Clarice, sem indicação da fonte.

Obtido em "http://www.dicpoetica.letras.ufrj.br/index.php/M%C3%A9todo"

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