Imagem-poética
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. “Heidegger e as questões da arte”. In: Manuel Antônio de Castro, (org.). ''Arte em questão: as questões da arte''. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 18. | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. “Heidegger e as questões da arte”. In: Manuel Antônio de Castro, (org.). ''Arte em questão: as questões da arte''. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 18. | ||
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+ | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. “Heidegger e as questões da arte”. In: Manuel Antônio de Castro, (org.). ''Arte em questão: as questões da arte''. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 19. |
Edição de 21h45min de 12 de Novembro de 2020
Tabela de conteúdo |
1
- O que é uma personagem-questão? É uma personagem que como tal não existe senão para encarnar, hipostasiar uma ou mais questões. O próprio Rosa as denomina persona-gente. Riobaldo aparece contando para um leitor-questão toda a estória e história de sua vida. Porém, o leitor, aparentemente nunca diz nada. Só escuta. É nessa escuta que podemos, dialogando, escutar tanto o que a imagem-questão ser-tão quer nos dizer, quanto a imagem-questão veredas. O que é imagem-questão? É uma imagem-poética que se torna verbo e presença para manifestar de modo vivo a questão ou questões. Por isso também podemos nomeá-la imagem-poética, na medida em que toda poética pensa o acontecer do ser, no dizer do Rosa, o ser-tão. Esse dizer é o que quis dizer com verbo e presença, pois no caso trata-se da essência do agir e pensar.
2
- "Os grandes poetas só trabalham com questões, com as grandes questões. Mas suas veredas são densificadas pela sedução e sabor da linguagem de toda poiesis. Seus caminhos e descaminhos são o canto encantatório da memória: o que foi, é e será. Sua Linguagem é a Palavra, como Imagem-poética. Cada Palavra-imagem traz em si o sentido e a verdade manifestativa. Por isso não precisa das proposições como lugar da verdade lógica e científica. Cada Palavra, por ser poética, é núcleo de múltiplos sentidos e possibilidades de revelação. Diante da riqueza ofuscante e da ressonância sem limites da linguagem do silêncio, eles movem-se na fonte inaugural das imagens-poéticas. Uma imagem é sempre um dizer sonoro do silêncio. É a imagem-poética" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. “Heidegger e as questões da arte”. In: Manuel Antônio de Castro, (org.). Arte em questão: as questões da arte. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 18.
3
- "Imagem-poética é sempre questão. A imagem-questão, como a linguagem, não é. Por isso, a obra de arte, enquanto operar de poiesis, não é ente. Como a linguagem, é doação do ser. Por isso, a imagem-questão não é ente, a obra não é ente, como a verdade (aletheia) não é ente" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. “Heidegger e as questões da arte”. In: Manuel Antônio de Castro, (org.). Arte em questão: as questões da arte. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 18.
4
- "A imagem-questão é a imagem-poética nos con-vocando para a escuta das grandes questões, onde essa escuta é a condição fundamental de todo diá-logo e de todas as interpretações. Na imagem-poética comparece sempre a poiesis como vigor de todo agir essencial e, ao mesmo tempo, o ethos, como linguagem e sentido do ser. Na medida em que é ethos e sentido, a interpretação se torna o horizonte onde se decide o que somos enquanto valor e sentido. Por isso, de ethos se originou a ética" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. “Heidegger e as questões da arte”. In: Manuel Antônio de Castro, (org.). Arte em questão: as questões da arte. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 19.