Decadência
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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+ | : 2. "Por si mesma, em seu [[próprio]] [[poder]] [[ser]] ela [[própria]] mais [[autêntica]], a [[pre-sença]] já [[sempre]] caiu de si mesma e decaiu no [[mundo]]" (p. 237); | ||
+ | : 3. "Decair no [[mundo]] indica o empenho na [[convivência]], na medida em que esta é conduzida pelo [[falatório]], [[curiosidade]] e [[ambiguidade]]" (p. 237); | ||
+ | : 4. "Assim, a [[decadência]] da [[pre-sença]] também não pode [[ser]] apreendida como 'queda' de um '[[estado]] [[original]]', mais puro e superior" (p. 237); | ||
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+ | : 7. "Essa tranquilidade no [[ser]] [[impróprio]], porém, não leva à inércia e à inatividade. Ao contrário, promove 'agitações' desenfreadas. O de-cair no '[[mundo]]' já não tem mais [[repouso]]. A tranquilidade tentadora aumenta a [[de-cadência]]" (p. 239); | ||
+ | : 8. "O [[ser-no-mundo]] da [[de-cadência]], tentador e tranquilizante, é também alienante" (p. 239)[N 58]); | ||
+ | : 9. "Na [[de-cadência]], trata-se apenas de [[poder]]-[[ser-no-mundo]], embora no modo da impropriedade. A [[presença]] só pode decair porque nela está em [[jogo]] o [[ser-no-mundo]], trabalhado pela [[compreensão]] e [[disposição]]" (p. 241); | ||
+ | : 10. "O modo de [[ser]] da [[abertura]] se forma na [[disposição]], [[compreensão]] e [[discurso]]. O modo de [[ser]] cotidiano da [[abertura]] se caracteriza pelo [[falatório]], curiosidade e ambiguidade" (p. 242). | ||
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- Muitos são os conceitos e as questões levantadas e desenvolvidas na obra Ser e Tempo (1), mas há uma questão difícil e fundamental que diz respeito ao modo de ser do Da-sein (entre-ser / presença). Sendo assim, seguem abaixo algumas afirmações de Heidegger:
- 1. "Este termo não exprime qualquer avaliação negativa" (p.236);
- 2. "Por si mesma, em seu próprio poder ser ela própria mais autêntica, a pre-sença já sempre caiu de si mesma e decaiu no mundo" (p. 237);
- 3. "Decair no mundo indica o empenho na convivência, na medida em que esta é conduzida pelo falatório, curiosidade e ambiguidade" (p. 237);
- 4. "Assim, a decadência da pre-sença também não pode ser apreendida como 'queda' de um 'estado original', mais puro e superior" (p. 237);
- 5. "No fenômeno de decadência, apresenta-se um modo existencial de ser-no-mundo" (p. 238);
- 6. "A pretensão do impessoal, de nutrir e dirigir toda 'vida' autêntica tranquiliza a pre-sença, assegurando que tudo 'está em ordem' e que todas as partes estão abertas. O ser-no-mundo de decadência é, em si mesmo, tanto tentador como tranquilizante" (p. 239);
- 7. "Essa tranquilidade no ser impróprio, porém, não leva à inércia e à inatividade. Ao contrário, promove 'agitações' desenfreadas. O de-cair no 'mundo' já não tem mais repouso. A tranquilidade tentadora aumenta a de-cadência" (p. 239);
- 8. "O ser-no-mundo da de-cadência, tentador e tranquilizante, é também alienante" (p. 239)[N 58]);
- 9. "Na de-cadência, trata-se apenas de poder-ser-no-mundo, embora no modo da impropriedade. A presença só pode decair porque nela está em jogo o ser-no-mundo, trabalhado pela compreensão e disposição" (p. 241);
- 10. "O modo de ser da abertura se forma na disposição, compreensão e discurso. O modo de ser cotidiano da abertura se caracteriza pelo falatório, curiosidade e ambiguidade" (p. 242).
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. Ser e Tempo. Trad. Márcia de Sá Cavalcanti. Parte I, 2.e. Petrópolis: Vozes, 1988, pp. 236-42.
2
- "Decadência:
- Condição ou estado daquilo que está se deteriorando ou tende a se extinguir; declínio : decadência da cultura antropófaga.
- Que está começando a enfraquecer; enfraquecimento ou empobrecimento.
- (História) Momento histórico em que houve alguma regressão no âmbito político, cultural e/ou artístico" (1).
- Referência:
- (1) https://www.dicio.com.br>decadencia.