Versão

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: [[Versão]] provém do [[verbo]] latino ''verto, versum, vertere'', que significa [[verter]], dar [[forma]], [[realizar]], [[transformar]], fazer [[acontecer]]. [[Versão]] é algo vertido, realizado em uma [[forma]], em [[grego]], ''[[morphe]]''. Toda [[versão]] implica [[diferença]] e [[identidade]]. Cada [[versão]] enquanto [[versão]] da [[unidade]] é única, é [[original]], vigora porque vige no [[originário]], que é o [[uno]], a [[unidade]], a [[identidade]] das [[diferenças]]. Cada [[versão]] é única e como tal é [[singular]], o que não quer dizer [[subjetiva]], pois esta expressa algo [[epistemológico]] e não [[ontológico]]. Ou seja, cada [[versão]], ontologicamente, é um [[próprio]]. Por isso, jamais podemos confundir [[versão]] com ''[[opinião]]''. Pois a [[versão]] deve ser apreendida dentro do [[horizonte]] da [[verdade ontológica]] e não meramente [[epistemológica]]. Basta [[perceber]] que toda [[realização]] é e será sempre uma [[versão]] [[real]] da [[realidade]]. Já a ''[[opinião]]'' será substituída por outra tão logo mudem as condições de sua emissão e a [[posição]] do [[emissor]]. E esta depende muito do que é [[lugar comum]], [[uniformidade]].
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: [[Versão]] provém do [[verbo]] latino ''verto, versum, vertere'', que significa verter, dar [[forma]], [[realizar]], [[transformar]], fazer [[acontecer]]. [[Versão]] é algo vertido, realizado em uma [[forma]], em [[grego]], ''[[morphe]]''. Toda [[versão]] implica [[diferença]] e [[identidade]]. Cada [[versão]] enquanto [[versão]] da [[unidade]] é única, é [[original]], vigora porque vige no [[originário]], que é o [[uno]], a [[unidade]], a [[identidade]] das [[diferenças]]. Cada [[versão]] é única e como tal é [[singular]], o que não quer dizer [[subjetiva]], pois esta expressa algo [[epistemológico]] e não [[ontológico]]. Ou seja, cada [[versão]], ontologicamente, é um [[próprio]]. Por isso, jamais podemos confundir [[versão]] com ''[[opinião]]''. Pois a [[versão]] deve ser apreendida dentro do [[horizonte]] da [[verdade]] [[ontológica]] e não meramente [[epistemológica]]. Basta [[perceber]] que toda [[realização]] é e será sempre uma [[versão]] [[real]] da [[realidade]]. Já a ''[[opinião]]'' será substituída por outra tão logo mudem as condições de sua emissão e a [[posição]] do [[emissor]]. E esta depende muito do que é lugar comum, [[uniformidade]].
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- [[Manuel Antônio de Castro]]
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: "Podemos até chegar a [[dizer]]: tudo é [[versão]], na medida em que, necessariamente, cada [[versão]] é [[versão]] sempre da [[unidade]], do [[todo]]. Num pensamento poético-verbal esse é o [[tempo]] e [[ser]], pois cada [[instante]] é um espetáculo de [[beleza]] e [[realização]] irrepetível, que nega toda a [[uniformidade]]. [[Versão]] é o [[vigorar]] dos [[limites]] na [[forma]] e, ao mesmo tempo, o [[desvelamento]] da [[unidade]] em seu [[retrair-se]] e [[velar-se]]. As [[versões]] são [[versões]] do [[silêncio]] do [[velar-se]], enfim, do [[nada criativo]]" (1).
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: "Podemos até chegar a [[dizer]]: [[tudo]] é [[versão]], na medida em que, necessariamente, cada [[versão]] é [[versão]] [[sempre]] da [[unidade]], do [[todo]]. Num [[pensamento]] [[poético]]-[[verbal]] esse é o [[tempo]] e [[ser]], pois cada [[instante]] é um espetáculo de [[beleza]] e [[realização]] irrepetível, que nega toda a [[uniformidade]]. [[Versão]] é o [[vigorar]] dos [[limites]] na [[forma]] e, ao [[mesmo]] [[tempo]], o [[desvelamento]] da [[unidade]] em seu retrair-se e [[velar-se]]. As [[versões]] são [[versões]] do [[silêncio]] do [[velar-se]], enfim, do [[nada criativo]]" (1).
: Referência:  
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: Revista ''Tempo Brasileiro'', 201/202 - ''Globalização, pensamento e arte''. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 16.
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A [[globalização]] e os desafios do [[humano]]". In: Revista '''Tempo Brasileiro - [[Globalização]], [[pensamento]] e [[arte]], 201/202. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015''', p. 16.
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Edição atual tal como 19h11min de 23 de Outubro de 2024

1

Versão provém do verbo latino verto, versum, vertere, que significa verter, dar forma, realizar, transformar, fazer acontecer. Versão é algo vertido, realizado em uma forma, em grego, morphe. Toda versão implica diferença e identidade. Cada versão enquanto versão da unidade é única, é original, vigora porque vige no originário, que é o uno, a unidade, a identidade das diferenças. Cada versão é única e como tal é singular, o que não quer dizer subjetiva, pois esta expressa algo epistemológico e não ontológico. Ou seja, cada versão, ontologicamente, é um próprio. Por isso, jamais podemos confundir versão com opinião. Pois a versão deve ser apreendida dentro do horizonte da verdade ontológica e não meramente epistemológica. Basta perceber que toda realização é e será sempre uma versão real da realidade. Já a opinião será substituída por outra tão logo mudem as condições de sua emissão e a posição do emissor. E esta depende muito do que é lugar comum, uniformidade.


- Manuel Antônio de Castro.

2

"Podemos até chegar a dizer: tudo é versão, na medida em que, necessariamente, cada versão é versão sempre da unidade, do todo. Num pensamento poético-verbal esse é o tempo e ser, pois cada instante é um espetáculo de beleza e realização irrepetível, que nega toda a uniformidade. Versão é o vigorar dos limites na forma e, ao mesmo tempo, o desvelamento da unidade em seu retrair-se e velar-se. As versões são versões do silêncio do velar-se, enfim, do nada criativo" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: Revista Tempo Brasileiro - Globalização, pensamento e arte, 201/202. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 16.

3

eu nunca mais terei
de volta esta versão de mim
me deixa pegar leve
e passar um tempo com ela
- sempre evoluindo (1)


Referência:
(1) KAUR, rupi. meu corpo / minha casa. Trad. Ana Guadalupe. São Paulo: Editora Planeta, 2020, p. 183.
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