Ser-estar

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:O que é o ser nunca está (no sentido do que se constitui, se põe dispondo-se) num conceito ou ideia distante, atemporal, atópico e, ao mesmo e pelo mesmo tempo, está no já aberto do dis-por-se. Isto implica uma profunda e essencial tensão. A dinâmica do ser é estar, o que quer dizer, ser é e não-é estando. O [[não-ser]] de estando é muito semples de compreender. De um lado, o estar só é estar na confluência de tempo e espaço se distendendo pelo qual o tempo e espaço presente se torna constantemente presentificado, enquanto lugar e mundo. Daí surge uma tensão no estar que, por outro lado, diz que o presentificado já não é o presentificante (presente), pois o ontem em relação a hoje é "um outro". Somos continuamente o mesmo e um outro, ou seja, um ontem do amanhã. Isso é o ser e o não-ser. Esse "E" é o "entre" como caminho. Este é e não é porque está não-estando. Então o mesmo só pode ser o mesmo porque é um outro sendo no ser e não-ser o mesmo. O mesmo e "um outro" é a identidade em seu vigor de diferença. "O outro" só é um outro porque o mesmo que cada um é já implica ser "um outro". É o "um outro" do mesmo que permite que "o outro" seja o outro do "um outro" que eu já desde sempre sou. O outro de um outro emerge na força e vigor do diálogo. Este vige na linguagem como o mesmo do silêncio. É que o diálogo só é diálogo pelo vigor do logos.
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:O que é o [[ser]] nunca está (no sentido do que se constitui, se põe dispondo-se) num [[conceito]] ou [[ideia]] distante, atemporal, atópico e, ao mesmo e pelo mesmo [[tempo]], está no já [[aberto]] do dis-por-se. Isto implica uma profunda e essencial tensão. A dinâmica do ser é [[estar]], o que quer dizer, ser é e não-é estando. O [[não-ser]] de estando é muito [[simples]] de compreender. De um lado, o estar só é estar na confluência de tempo e [[espaço]] se distendendo pelo qual o tempo e espaço presente se torna constantemente presentificado, enquanto [[lugar]] e [[mundo]]. Daí surge uma tensão no estar que, por outro lado, diz que o presentificado já não é o presentificante (presente), pois o ontem em relação a hoje é "um outro". Somos continuamente o [[mesmo]] e um [[outro]], ou seja, um ontem do amanhã. Isso é o ser e o não-ser. Esse "E" é o "[[entre]]" como [[caminho]]. Este é e não é porque está não-estando. Então o mesmo só pode ser o mesmo porque é um outro [[sendo]] no ser e não-ser o mesmo. O mesmo e "um outro", é a [[identidade]] em seu vigor de [[diferença]]. "O outro" só é um outro porque o mesmo que cada um é já implica ser "um outro". É o "um outro" do mesmo que permite que "o outro" seja o outro do "um outro" que eu já desde sempre sou. O outro de um outro emerge na [[força]] e [[vigor]] do [[diálogo]]. Este vige na [[linguagem]] como o mesmo do [[silêncio]]. É que o diálogo só é diálogo pelo vigor do ''[[lógos]]''.
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== Ver também ==
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*[[Não-ser]]
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:- [[Manuel Antônio de Castro]]

Edição atual tal como 17h06min de 9 de Abril de 2009

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O que é o ser nunca está (no sentido do que se constitui, se põe dispondo-se) num conceito ou ideia distante, atemporal, atópico e, ao mesmo e pelo mesmo tempo, está no já aberto do dis-por-se. Isto implica uma profunda e essencial tensão. A dinâmica do ser é estar, o que quer dizer, ser é e não-é estando. O não-ser de estando é muito simples de compreender. De um lado, o estar só é estar na confluência de tempo e espaço se distendendo pelo qual o tempo e espaço presente se torna constantemente presentificado, enquanto lugar e mundo. Daí surge uma tensão no estar que, por outro lado, diz que o presentificado já não é o presentificante (presente), pois o ontem em relação a hoje é "um outro". Somos continuamente o mesmo e um outro, ou seja, um ontem do amanhã. Isso é o ser e o não-ser. Esse "E" é o "entre" como caminho. Este é e não é porque está não-estando. Então o mesmo só pode ser o mesmo porque é um outro sendo no ser e não-ser o mesmo. O mesmo e "um outro", é a identidade em seu vigor de diferença. "O outro" só é um outro porque o mesmo que cada um é já implica ser "um outro". É o "um outro" do mesmo que permite que "o outro" seja o outro do "um outro" que eu já desde sempre sou. O outro de um outro emerge na força e vigor do diálogo. Este vige na linguagem como o mesmo do silêncio. É que o diálogo só é diálogo pelo vigor do lógos.


- Manuel Antônio de Castro
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