Poesia

De Dicionrio de Potica e Pensamento

(Diferença entre revisões)
(3)
Linha 45: Linha 45:
:(1) PAZ, Octavio. ''A outra voz''. Trad. Wladir Dupont. São Paulo: Siciliano, 2001, p. 148.
:(1) PAZ, Octavio. ''A outra voz''. Trad. Wladir Dupont. São Paulo: Siciliano, 2001, p. 148.
 +
 +
 +
 +
== 5 ==
 +
:"A poesia nunca foi privilégio exclusivo do [[poema]]. Ela sempre esteve e estará nos lugares mais diversos. A própria [[ciência]], enquanto [[‘’linguagem’’]] e não simplesmente na sua ostensiva dimensão semântica, guarda a poesia. O cientista tem que ser [[poeta]], isto é, fundador, para ser cientista".
 +
 +
 +
:PORTELLA, Eduardo.  “Limites ilimitados da Teoria Literária”. In: PORTELLA, Eduardo (org.). ''Teoria Literária''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1976, p. 17.

Edição de 17h23min de 6 de fevereiro de 2012

1

O eu-lírico é um conceito abstrato-formal inexistente, a que nenhuma realidade corresponde. Quando num poema fala um eu, se o poema é verdadeiro, este será sempre fala da poesia. Jamais será fala do poeta ou um formal e abstrato eu-lírico. É o eu-concreto da poesia manifestando-se no poeta e nos leitores que verdadeiramente têm o poema da poesia. O poeta ou o leitor fala, mas quem diz é a poesia. Um poema é verdadeiro quando é esse dizer concreto da poesia.


- Manuel Antônio de Castro


Ver também:


2

"As palavras '...poeticamente o homem habita...' dizem muito mais. Dizem que é a poesia que permite ao habitar ser um habitar. Poesia é deixar-habitar, em sentido próprio. Mas como encontramos habitação? Mediante um construir. Entendida como deixar-habitar, poesia é um construir"(1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. Ensaios e conferências. Trad. Emmanuel Carneiro Leão, Gilvan Fogel e Marcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis: Vozes, 2001, p. 167.


Ver também:

3

"A poesia é a Memória feita imagem e esta convertida em voz. A outra voz não é a voz do além túmulo: é a do homem que está dormindo no fundo de cada homem. Tem mil anos e tem nossa idade e ainda não nasce. É nossa avó, nosso irmão e nosso bisneto" (1).


Referência:
(1) PAZ, Octavio. A outra voz. Trad. Wladir Dupont. São Paulo: Siciliano, 2001, p. 144.

4

"A relação entre o homem e a poesia é tão antiga como nossa história: começou quando o homem começou a ser homem. Os primeiros caçadores e colhedores de frutas um dia se olharam, atônitos, durante um instante interminável, na água estagnada de um poema. Desde então, os homens não deixaram de se olhar nesse espelho de imagens. E têm se olhado, simultaneamente, como criadores de imagens e como imagens de suas criações" (1).
Como se vê, Paz ainda reflete a posição moderna de que o ser humano é criador. Aqui ele aparece comno criador de imagens, evidente, através de sua faculdade imaginativa. Porém, o ser humano não cria nada. Tudo já é. Cabe, apenas, a ele se deixar tomar pelo vigorar do ser que nele habita e manifestar o que já é. Esse vigorar é que faz com que ele seja poeta, pois é no vigorar da linguagem nele que mora o ser. A linguagem falando constitui o que cada ser humano é. Ele não cria, pois ele é o que recebeu para ser. O ser humano é uma doação da linguagem. E é no vigorar desta que ele é poeta. Todo ser humano é poeta. Se assim não fosse não poderia dialogar com os poemas de qualquer língua e qualquer época.


- Manuel Antônio de Castro.


Referência:
(1) PAZ, Octavio. A outra voz. Trad. Wladir Dupont. São Paulo: Siciliano, 2001, p. 148.


5

"A poesia nunca foi privilégio exclusivo do poema. Ela sempre esteve e estará nos lugares mais diversos. A própria ciência, enquanto ‘’linguagem’’ e não simplesmente na sua ostensiva dimensão semântica, guarda a poesia. O cientista tem que ser poeta, isto é, fundador, para ser cientista".


PORTELLA, Eduardo. “Limites ilimitados da Teoria Literária”. In: PORTELLA, Eduardo (org.). Teoria Literária. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1976, p. 17.
Ferramentas pessoais