Percepção

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: "A [[percepção]] é um [[acontecimento]] em que o [[homem]], nele acontecendo, entra no [[acontecer]] [[histórico]] como o [[ente]] que [[é]], isso quer dizer, no sentido [[literal]] da [[palavra]], em que o [[homem]] mesmo chega ao [[Ser]]. [...] A [[percepção]] é o [[acontecimento]] que possui o [[homem]]." (1)
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: "A [[percepção]] é um [[acontecimento]] em que o [[homem]], nele acontecendo, entra no [[acontecer]] [[histórico]] como o [[ente]] que [[é]], isso quer dizer, no sentido literal da [[palavra]], em que o [[homem]] mesmo chega ao [[Ser]]. [...] A [[percepção]] é o [[acontecimento]] que possui o [[homem]]." (1)
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: (1) HEIDEGGER, Martin. '''Introdução à metafísica'''. Trad. Emmanuel Carneiro Leão. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1969, p. 165.
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: (1) [[HEIDEGGER]], Martin. '''Introdução à [[metafísica]]. Trad. Emmanuel Carneiro Leão. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1969, p. 165.'''
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: - (1) LUZIE, Marta. '''A dobra e o destino'''. Rio de Janeiro: Sette Letras, p. 27.
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: "Na [[percepção]], nós recebemos o [[real]] nas [[sensações]] e nos [[sentimentos]] de nossa [[sensibilidade]]. E somos tocados e tão mobilizados pela rosa que a respeitamos e deixamos [[ser]] rosa, sem [[intervenção]] de [[espécie]] alguma. Outra bem outra, é a [[atitude]] da [[ciência]] ao [[observar]] a rosa. A rosa deixa de [[ser]] rosa para enquadrar-se numa [[classe]], num [[gênero]], numa  [[espécie]], numa [[família]] ou para submeter-se a um experimento e transformar-se num perfume, num chá ou num arranjo" (1).
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: "Na [[percepção]], nós recebemos o [[real]] nas [[sensações]] e nos [[sentimentos]] de nossa sensibilidade. E somos tocados e tão mobilizados pela rosa que a respeitamos e deixamos [[ser]] rosa, sem [[intervenção]] de [[espécie]] alguma. Outra bem outra, é a [[atitude]] da [[ciência]] ao observar a rosa. A rosa deixa de [[ser]] rosa para enquadrar-se numa classe, num [[gênero]], numa  [[espécie]], numa [[família]] ou para submeter-se a um experimento e transformar-se num perfume, num chá ou num arranjo" (1).
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: (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Ócio e negócio". In: '''Revista Tempo Brasileiro - Caminhos do pensamento hoje: novas linguagens no limiar do terceiro milênio, 136, jan.-mar., 1999''', p. 74.
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: (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro.''' "Ócio e negócio". In: Revista Tempo Brasileiro - [[Caminhos]] do [[pensamento]] hoje: novas [[linguagens]] no [[limiar]] do terceiro [[milênio]], 136, jan.-mar., 1999, p. 74.'''
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: "Certamente, o [[pensamento]] é um [[ato]] puramente [[psíquico]] e nada [[corporal]]; porém, a [[percepção]] de nosso [[pensamento]] exige, com efeito, sua [[expressão]] [[interior]], movimentos embrionários da [[língua]], [[iniciação]] de contrações e distensões na boca. Nosso [[corpo]], desde sua fase [[interna]], nos revela nosso [[próprio]] [[pensamento]], como seu órgão [[externo]] de audição nos descobre o do [[próximo]]" (1).
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: "Certamente, o [[pensamento]] é um [[ato]] puramente [[psíquico]] e nada [[corporal]]; porém, a [[percepção]] de nosso [[pensamento]] exige, com efeito, sua [[expressão]] [[interior]], movimentos embrionários da [[língua]], [[iniciação]] de contrações e distensões na boca. Nosso [[corpo]], desde sua fase interna, nos revela nosso [[próprio]] [[pensamento]], como seu órgão externo de audição nos descobre o do [[próximo]]" (1).
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: (1) ORTEGA Y GASSET, José. "Como nos vemos a nós. A mulher e seu corpo". In: '''Obras Completas de José Ortega y Gasset''', 6. e. Madrid: Revista de Occidente, 1964, Tomo VI (1941-1946), p. 161.
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: (1) ORTEGA Y GASSET, José.''' "Como nos vemos a nós. A [[mulher]] e seu [[corpo]]". In: [[Obras]] Completas de José Ortega y Gasset, 6. e. Madrid: Revista de Occidente, 1964, Tomo VI (1941-1946), p. 161.'''

Edição atual tal como 21h48min de 30 de março de 2025

1

"A percepção é um acontecimento em que o homem, nele acontecendo, entra no acontecer histórico como o ente que é, isso quer dizer, no sentido literal da palavra, em que o homem mesmo chega ao Ser. [...] A percepção é o acontecimento que possui o homem." (1)


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. Introdução à metafísica. Trad. Emmanuel Carneiro Leão. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1969, p. 165.

2

" Per- é uma preposição que traduz a circunstância de um lugar e, por isso, traduz o circular de um movimento. Comumente é traduzida como através de. Assim sendo, percepção concentra a experiência do aprender perpassando um caminho, isto é, caminhando" (1).
Já o aprender da percepção está ligado à segunda parte da palavra per-cepção: -cepção formou-se do verbo latino: capere que diz o pegar, agarrar, prender. Portanto, o aprender é um processo, um acontecimento, onde cada um tende para (é o que diz a preposição latina ad-) aquilo que nos prende e agarra: o princípio de tudo. Não é, portanto, o sujeito que aprende, mas o deixar-se tomar por, tendendo para o princípio, numa palavra, dispondo-se para o que nos pode e deve prender. E isso se dá somente numa caminhada, isto é, num per-.


Manuel Antônio de Castro
Referência:
- (1) LUZIE, Marta. A dobra e o destino. Rio de Janeiro: Sette Letras, p. 27.

3

"Na percepção, nós recebemos o real nas sensações e nos sentimentos de nossa sensibilidade. E somos tocados e tão mobilizados pela rosa que a respeitamos e deixamos ser rosa, sem intervenção de espécie alguma. Outra bem outra, é a atitude da ciência ao observar a rosa. A rosa deixa de ser rosa para enquadrar-se numa classe, num gênero, numa espécie, numa família ou para submeter-se a um experimento e transformar-se num perfume, num chá ou num arranjo" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Ócio e negócio". In: Revista Tempo Brasileiro - Caminhos do pensamento hoje: novas linguagens no limiar do terceiro milênio, 136, jan.-mar., 1999, p. 74.

4

"Certamente, o pensamento é um ato puramente psíquico e nada corporal; porém, a percepção de nosso pensamento exige, com efeito, sua expressão interior, movimentos embrionários da língua, iniciação de contrações e distensões na boca. Nosso corpo, desde sua fase interna, nos revela nosso próprio pensamento, como seu órgão externo de audição nos descobre o do próximo" (1).


Referência:
(1) ORTEGA Y GASSET, José. "Como nos vemos a nós. A mulher e seu corpo". In: Obras Completas de José Ortega y Gasset, 6. e. Madrid: Revista de Occidente, 1964, Tomo VI (1941-1946), p. 161.
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