Antítese

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: [[Antítese]] diz o [[depor]] de todo [[pôr]]. Estes são os dois [[sentidos]] gerados do [[verbo]] [[grego]] ''[[legein]]''. Pôr implica sempre [[posição]], a [[deposição]] é a [[antítese]]. É esta o passo [[dialético]] [[necessário]] dentro da [[tese]]. Ora, [[viver]] é [[realizar-se]] numa [[caminhada]], numa [[travessia]] segundo o [[pensador]] Guimarães Rosa. Desse modo, a todo passo deve corresponder uma conquista do que ainda não somos, mas já somos como [[possibilidades]] de [[vir a ser]]. Portanto, só se caminha no [[jogo]] [[dialético]] de pôr e depor ou de [[tese]] e [[antítese. Isso implica que para haver novas coquistas e [[realização]] de nossas possibilidades de ser é necessário ontologicamente depormos o já conquistado, ou seja, deve haver sempre uma renúncia para que novos passos sejam dados, novas possibilidades sejam efetivadas e sejam realmente novas. A [[negação]] dialética é parte constitutiva do que somos. No [[horizonte]] do tempo é o [[jogo]] dialético de [[passado]] e [[futuro]] no [[presente]], onde o passado é a possibilidade de realização do futuro ainda não realizado e tornado presente. Portanto, o próprio tempo é um pôr e depor incessante. Por ser jogo de [[tese]] e [[antítese]] a [[dialética]] é essencialmente sempre aberta. A [[síntese]] abre sempre uma nova [[tese]].
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: [[Antítese]] diz o [[depor]] de todo [[pôr]]. Estes são os dois [[sentidos]] gerados do [[verbo]] [[grego]] ''[[legein]]''. Pôr implica sempre [[posição]], a deposição é a [[antítese]]. É esta o passo [[dialético]] [[necessário]] dentro da [[tese]]. Ora, [[viver]] é [[realizar-se]] numa [[caminhada]], numa [[travessia]] segundo o [[pensador]] Guimarães Rosa. Desse modo, a todo passo deve corresponder uma conquista do que ainda não somos, mas já somos como [[possibilidades]] de [[vir a ser]]. Portanto, só se caminha no [[jogo]] [[dialético]] de pôr e depor ou de [[tese]] e [[antítese. Isso implica que para haver novas coquistas e [[realização]] de nossas possibilidades de ser é necessário ontologicamente depormos o já conquistado, ou seja, deve haver sempre uma renúncia para que novos passos sejam dados, novas possibilidades sejam efetivadas e sejam realmente novas. A [[negação]] dialética é parte constitutiva do que somos. No [[horizonte]] do tempo é o [[jogo]] dialético de [[passado]] e [[futuro]] no [[presente]], onde o passado é a possibilidade de realização do futuro ainda não realizado e tornado presente. Portanto, o próprio tempo é um pôr e depor incessante. Por ser jogo de [[tese]] e [[antítese]] a [[dialética]] é essencialmente sempre aberta. A [[síntese]] abre sempre uma nova [[tese]].

Edição de 20h57min de 15 de janeiro de 2025

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Antítese diz o depor de todo pôr. Estes são os dois sentidos gerados do verbo grego legein. Pôr implica sempre posição, a deposição é a antítese. É esta o passo dialético necessário dentro da tese. Ora, viver é realizar-se numa caminhada, numa travessia segundo o pensador Guimarães Rosa. Desse modo, a todo passo deve corresponder uma conquista do que ainda não somos, mas já somos como possibilidades de vir a ser. Portanto, só se caminha no jogo dialético de pôr e depor ou de tese e [[antítese. Isso implica que para haver novas coquistas e realização de nossas possibilidades de ser é necessário ontologicamente depormos o já conquistado, ou seja, deve haver sempre uma renúncia para que novos passos sejam dados, novas possibilidades sejam efetivadas e sejam realmente novas. A negação dialética é parte constitutiva do que somos. No horizonte do tempo é o jogo dialético de passado e futuro no presente, onde o passado é a possibilidade de realização do futuro ainda não realizado e tornado presente. Portanto, o próprio tempo é um pôr e depor incessante. Por ser jogo de tese e antítese a dialética é essencialmente sempre aberta. A síntese abre sempre uma nova tese.


- Manuel Antônio de Castro

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"Os três momentos que correntemente se chamam tese, antítese e síntese, Hegel os chama de “afirmação”, “negação”, “negação da negação” (mas entenda-se que esta terceira expressão não designa uma simples volta à primeira afirmação, mas a passagem a uma afirmação superior que contém de um modo eminente os elementos aproveitáveis da tese e da antítese).


Referência:
HUMMES ofm, Cardeal Dom Cláudio. História da Filosofia. Curso dado em 1963, em Daltro Filho, hoje cidade de Imigrantes, RS. Anotações distribuídas em sala de aula.
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