Versão
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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- | : "Podemos até chegar a [[dizer]]: tudo é [[versão]], na medida em que, necessariamente, cada [[versão]] é [[versão]] sempre da [[unidade]], do [[todo]]. Num pensamento poético-verbal esse é o [[tempo]] e [[ser]], pois cada [[instante]] é um espetáculo de [[beleza]] e [[realização]] irrepetível, que nega toda a [[uniformidade]]. [[Versão]] é o [[vigorar]] dos [[limites]] na [[forma]] e, ao mesmo tempo, o [[desvelamento]] da [[unidade]] em seu | + | : "Podemos até chegar a [[dizer]]: [[tudo]] é [[versão]], na medida em que, necessariamente, cada [[versão]] é [[versão]] [[sempre]] da [[unidade]], do [[todo]]. Num [[pensamento]] [[poético]]-[[verbal]] esse é o [[tempo]] e [[ser]], pois cada [[instante]] é um espetáculo de [[beleza]] e [[realização]] irrepetível, que nega toda a [[uniformidade]]. [[Versão]] é o [[vigorar]] dos [[limites]] na [[forma]] e, ao [[mesmo]] [[tempo]], o [[desvelamento]] da [[unidade]] em seu retrair-se e [[velar-se]]. As [[versões]] são [[versões]] do [[silêncio]] do [[velar-se]], enfim, do [[nada criativo]]" (1). |
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- | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: Revista ''Tempo Brasileiro | + | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A [[globalização]] e os desafios do [[humano]]". In: Revista '''Tempo Brasileiro - [[Globalização]], [[pensamento]] e [[arte]], 201/202. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015''', p. 16. |
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+ | : [[eu]] nunca mais terei | ||
+ | : de volta esta [[versão]] de mim | ||
+ | : me deixa pegar leve | ||
+ | : e passar um [[tempo]] com ela | ||
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+ | : ''- [[sempre]] [[evoluindo]]'' (1) | ||
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+ | : (1) KAUR, rupi. '''meu corpo / minha casa'''. Trad. Ana Guadalupe. São Paulo: Editora Planeta, 2020, p. 183. |
Edição atual tal como 19h11min de 23 de Outubro de 2024
1
- Versão provém do verbo latino verto, versum, vertere, que significa verter, dar forma, realizar, transformar, fazer acontecer. Versão é algo vertido, realizado em uma forma, em grego, morphe. Toda versão implica diferença e identidade. Cada versão enquanto versão da unidade é única, é original, vigora porque vige no originário, que é o uno, a unidade, a identidade das diferenças. Cada versão é única e como tal é singular, o que não quer dizer subjetiva, pois esta expressa algo epistemológico e não ontológico. Ou seja, cada versão, ontologicamente, é um próprio. Por isso, jamais podemos confundir versão com opinião. Pois a versão deve ser apreendida dentro do horizonte da verdade ontológica e não meramente epistemológica. Basta perceber que toda realização é e será sempre uma versão real da realidade. Já a opinião será substituída por outra tão logo mudem as condições de sua emissão e a posição do emissor. E esta depende muito do que é lugar comum, uniformidade.
2
- "Podemos até chegar a dizer: tudo é versão, na medida em que, necessariamente, cada versão é versão sempre da unidade, do todo. Num pensamento poético-verbal esse é o tempo e ser, pois cada instante é um espetáculo de beleza e realização irrepetível, que nega toda a uniformidade. Versão é o vigorar dos limites na forma e, ao mesmo tempo, o desvelamento da unidade em seu retrair-se e velar-se. As versões são versões do silêncio do velar-se, enfim, do nada criativo" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: Revista Tempo Brasileiro - Globalização, pensamento e arte, 201/202. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 16.
3
- Referência:
- (1) KAUR, rupi. meu corpo / minha casa. Trad. Ana Guadalupe. São Paulo: Editora Planeta, 2020, p. 183.