Atriz

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: O [[homem]] [[moderno]] é concebido em duas tendências: ou [[subjetividade]] psicológica, ou através das [[leis]] estabelecidas pela [[ciência]] que podem ser naturais, sociais, econômicas, culturais etc. É nessa tensão que se dá a [[personalidade]]. Esta vem de ''[[persona]]'', palavra grega usada no [[teatro]] para [[nomear]] a [[máscara]] que o [[ator]] usava no palco quando desempenhava um papel e encarnava determinada [[personagem]]. Há aí uma [[concepção]] do [[homem]] de cunho [[metafísico]], baseada na [[aparência]] e no [[falso]], a ''[[persona]]'', ou seja, que parece [[ser]], mas [[não é]], desempenha um [[papel]], isto é, uma [[personagem]]. Nota-se facilmente que a ''[[persona]]'' nomeia um [[agir]] aparente, que não corresponde à [[essência]] do que se [[é]]. As [[ações]] e [[valores]] de um [[ator]] e/ou [[atriz]] não são, necessariamente, as [[ações]] e [[valores]] dos [[personagens]] que representa. Às vezes são o contrário, mas que o [[agir]] e [[valores]] da [[personagem]] exige que mostre essas aparências. Por outro lado, isso gera um [[paradoxo]] no [[ator]] e/ou [[atriz]], porque muitas vezes há a tendência de o [[ator]] passar a [[viver]] uma [[vida]] dupla na tensão de [[ser]] e [[parecer]], de [[ser]] e [[não ser]]. O famoso Diretor de cinema Ingmar Bergman, tematiza esse paradoxo no seu famoso filme ''Depois do ensaio''. E ainda mais expressamente no filme ''Persona''. Nele reflete sobre a [[essência]] da [[máscara]], além, claro, de [[tematizar]] outras [[questões]] [[essenciais]].  
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: O [[homem]] [[moderno]] é concebido em duas tendências: ou [[subjetividade]] psicológica, ou através das [[leis]] estabelecidas pela [[ciência]] que podem ser naturais, sociais, econômicas, culturais etc. É nessa tensão que se dá a [[personalidade]]. Esta vem de ''[[persona]]'', palavra grega usada no [[teatro]] para [[nomear]] a [[máscara]] que o [[ator]] usava no palco quando desempenhava um papel e encarnava determinada [[personagem]]. Há aí uma [[concepção]] do [[homem]] de cunho [[metafísico]], baseada na [[aparência]] e no [[falso]], a ''[[persona]]'', ou seja, que parece [[ser]], mas [[não é]], desempenha um [[papel]], isto é, uma [[personagem]]. Nota-se facilmente que a ''[[persona]]'' nomeia um [[agir]] aparente, que não corresponde à [[essência]] do que se [[é]]. As [[ações]] e [[valores]] de um [[ator]] e/ou [[atriz]] não são, necessariamente, as [[ações]] e [[valores]] dos [[personagens]] que representa. Às vezes são o contrário, mas que o [[agir]] e [[valores]] da [[personagem]] exigem que mostre essas [[aparências]]. Por outro lado, isso gera um [[paradoxo]] no [[ator]] e/ou [[atriz]], porque muitas vezes há a tendência de o [[ator]] passar a [[viver]] uma [[vida]] dupla na tensão de [[ser]] e [[parecer]], de [[ser]] e [[não ser]]. O famoso Diretor de [[cinema]] Ingmar [[Bergman]], tematiza esse [[paradoxo]] no seu famoso [[filme]] '''Depois do ensaio'''. E ainda mais expressamente no [[filme]] '''Persona'''. Nele reflete sobre a [[essência]] da [[máscara]], além, claro, de [[tematizar]] outras [[questões]] [[essenciais]].  
: [[Manuel Antônio de Castro]].
: [[Manuel Antônio de Castro]].

Edição atual tal como 20h41min de 11 de janeiro de 2022

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O homem moderno é concebido em duas tendências: ou subjetividade psicológica, ou através das leis estabelecidas pela ciência que podem ser naturais, sociais, econômicas, culturais etc. É nessa tensão que se dá a personalidade. Esta vem de persona, palavra grega usada no teatro para nomear a máscara que o ator usava no palco quando desempenhava um papel e encarnava determinada personagem. Há aí uma concepção do homem de cunho metafísico, baseada na aparência e no falso, a persona, ou seja, que parece ser, mas não é, desempenha um papel, isto é, uma personagem. Nota-se facilmente que a persona nomeia um agir aparente, que não corresponde à essência do que se é. As ações e valores de um ator e/ou atriz não são, necessariamente, as ações e valores dos personagens que representa. Às vezes são o contrário, mas que o agir e valores da personagem exigem que mostre essas aparências. Por outro lado, isso gera um paradoxo no ator e/ou atriz, porque muitas vezes há a tendência de o ator passar a viver uma vida dupla na tensão de ser e parecer, de ser e não ser. O famoso Diretor de cinema Ingmar Bergman, tematiza esse paradoxo no seu famoso filme Depois do ensaio. E ainda mais expressamente no filme Persona. Nele reflete sobre a essência da máscara, além, claro, de tematizar outras questões essenciais.


Manuel Antônio de Castro.
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