Harmonia

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:"Harmonia é o acordo, a junção operada entre diferentes instâncias substantivas, entre instâncias concretas, isto é, instâncias que são capazes de desencadear [[realidade]]. Harmonia é a junção capaz de configurar uma [[unidade]], um todo, um dis-curso. Essa conversão em um todo é [[composição|com-posição]], isto é, é o por junto, e nessa junção ser capaz de fazer viger [[sentido]], isto é, chegar à unidade" (1).
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: "O contrário em [[tensão]] é [[convergente]]; da [[divergência]] dos contrários, a mais [[bela]] [[harmonia]]" (1).
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:(1) JARDIM, Antonio. ''Música: vigência do pensar poético''. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 80.
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: (1) HERÁCLITO. Fragmento 8. In: '''Os pensadores originários - Anaximandro, Parmênides, Heráclito'''. Trad. Emmanuel Carneiro Leão. Petrópolis: Vozes, 1991, p. 61.
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:"A harmonia é uma resultante do ajustamento de aspectos opostos. A harmonia só pode dar-se onde há oposições qualitativas. Dois iguais não se harmonizam, apenas se ajuntam. Para dar-se harmonia, é necessário que exista a diferença, a distinção" (1).
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: "[[Harmonia]] é o acordo, a junção operada entre [[diferentes]] [[instâncias]] [[substantivas]], [[entre]] [[instâncias]] [[concretas]], isto é, [[instâncias]] que são capazes de desencadear [[realidade]]. [[Harmonia]] é a junção capaz de [[configurar]] uma [[unidade]], um [[todo]], um [[discurso]]. Essa [[conversão]] em um [[todo]] é [[composição|com-posição]], isto é, é o por junto, e nessa junção ser capaz de fazer viger [[sentido]], isto é, chegar à [[unidade]]" (1).
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:(1) SANTOS, Mário Ferreira dos. ''Pitágoras e o tema do número''. São Paulo: Logos, 1959, p. 72.
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: (1) JARDIM, Antonio. '''Música: vigência do pensar poético'''. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 80.
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:"A harmonia é a possibilidade de conversão do [[simples]] em complexo, e ao mesmo tempo é a conversão do complexo em simples. É desse modo que harmonia constitui temporalidade e espacialidade. Harmonia é a con-junção na [[unidade]]. O [[sentido]] só se dá nessa con-junção temporal-espacial que a harmonia, por intermédio da [[memória]], é capaz de constituir" (1).
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: "A [[harmonia]] é uma resultante do ajustamento de aspectos opostos. A [[harmonia]] só pode dar-se onde há oposições qualitativas. Dois iguais não se harmonizam, apenas se ajuntam. Para dar-se [[harmonia]], é necessário que exista a [[diferença]], a distinção" (1).
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:(1) JARDIM, Antonio. ''Música: vigência do pensar poético''. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 81.
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: (1) SANTOS, Mário Ferreira dos. '''Pitágoras e o tema do número'''. São Paulo: Logos, 1959, p. 72.
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:"A harmonia não necessita intermediação para operar a junção. Ela junta, torna, verte, isto é, faz voltar. Ela [[dobra]], ela [[composição|com-põe]] num só, ela traça um elo entre o co-nascido, e o des-co-nascido" (1).
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: "A [[harmonia]] [[é]] a [[possibilidade]] de conversão do [[simples]] em complexo, e ao mesmo tempo [[é]] a conversão do complexo em [[simples]]. É desse modo que [[harmonia]] constitui temporalidade e espacialidade. [[Harmonia]] é a con-junção na [[unidade]]. O [[sentido]] só se dá nessa con-junção temporal-espacial que a [[harmonia]], por intermédio da [[memória]], é capaz de constituir" (1).
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: (1) JARDIM, Antonio. '''Música: vigência do pensar poético'''. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 81.
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: "A [[harmonia]] não necessita de intermediação para operar a junção. Ela junta, torna, verte, isto é, faz voltar. Ela [[dobra]], ela [[composição|com-põe]] num só, ela traça um elo [[entre]] o co-nascido, e o des-co-nascido" (1).
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: (1) JARDIM, Antonio. '''Música: vigência do pensar poético'''. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 81.
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: "A [[harmonia]] [[invisível]] é mais forte do que a [[visível]]" (1).
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: (1) HERÁCLITO. Fragmento 54. In: '''Os pensadores originários - Anaximandro, Parmênides, Heráclito'''. Trad. Emmanuel Carneiro Leão. Petrópolis: Vozes, 1991, p. 73.
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: "De facto, a [[harmonia]] não poderia resultar de [[coisas]] que continuassem opostas, isto é, do agudo e do grave; porque, quem diz [[harmonia]] diz [[consonância]], e quem diz [[consonância]] diz acordo, e o acordo não pode resultar de [[elementos]] opostos que continuassem opostos. A [[harmonia]], por sua vez, não poderia resultar de [[elementos]] opostos, sem terem sido postos de acordo. Tal como a [[harmonia]], o [[ritmo]] forma-se de [[elementos]] inicialmente opostos, as breves e as longas, conjugados" (1).
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:(1) JARDIM, Antonio. ''Música: vigência do pensar poético''. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 81.
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: (1) PLATÃO. '''O Simpósio ou O do Amor'''. Tradução Revista e Notas: Pinharanda Gomes. Lisboa: Guimarães Editores, 1986, p. 45. Discurso de Erixímaco.

Edição atual tal como 22h08min de 14 de Setembro de 2021

1

"O contrário em tensão é convergente; da divergência dos contrários, a mais bela harmonia" (1).


Referência:
(1) HERÁCLITO. Fragmento 8. In: Os pensadores originários - Anaximandro, Parmênides, Heráclito. Trad. Emmanuel Carneiro Leão. Petrópolis: Vozes, 1991, p. 61.

2

"Harmonia é o acordo, a junção operada entre diferentes instâncias substantivas, entre instâncias concretas, isto é, instâncias que são capazes de desencadear realidade. Harmonia é a junção capaz de configurar uma unidade, um todo, um discurso. Essa conversão em um todo é com-posição, isto é, é o por junto, e nessa junção ser capaz de fazer viger sentido, isto é, chegar à unidade" (1).


Referência:
(1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 80.

3

"A harmonia é uma resultante do ajustamento de aspectos opostos. A harmonia só pode dar-se onde há oposições qualitativas. Dois iguais não se harmonizam, apenas se ajuntam. Para dar-se harmonia, é necessário que exista a diferença, a distinção" (1).


Referência:
(1) SANTOS, Mário Ferreira dos. Pitágoras e o tema do número. São Paulo: Logos, 1959, p. 72.

4

"A harmonia é a possibilidade de conversão do simples em complexo, e ao mesmo tempo é a conversão do complexo em simples. É desse modo que harmonia constitui temporalidade e espacialidade. Harmonia é a con-junção na unidade. O sentido só se dá nessa con-junção temporal-espacial que a harmonia, por intermédio da memória, é capaz de constituir" (1).


Referência:
(1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 81.

5

"A harmonia não necessita de intermediação para operar a junção. Ela junta, torna, verte, isto é, faz voltar. Ela dobra, ela com-põe num só, ela traça um elo entre o co-nascido, e o des-co-nascido" (1).


Referência:
(1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 81.

6

"A harmonia invisível é mais forte do que a visível" (1).


Referência:
(1) HERÁCLITO. Fragmento 54. In: Os pensadores originários - Anaximandro, Parmênides, Heráclito. Trad. Emmanuel Carneiro Leão. Petrópolis: Vozes, 1991, p. 73.

7

"De facto, a harmonia não poderia resultar de coisas que continuassem opostas, isto é, do agudo e do grave; porque, quem diz harmonia diz consonância, e quem diz consonância diz acordo, e o acordo não pode resultar de elementos opostos que continuassem opostos. A harmonia, por sua vez, não poderia resultar de elementos opostos, sem terem sido postos de acordo. Tal como a harmonia, o ritmo forma-se de elementos inicialmente opostos, as breves e as longas, conjugados" (1).


Referência:
(1) PLATÃO. O Simpósio ou O do Amor. Tradução Revista e Notas: Pinharanda Gomes. Lisboa: Guimarães Editores, 1986, p. 45. Discurso de Erixímaco.
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