Pré-saber
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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| + | : "Quando perguntamos sobre a [[possibilidade]] de uma [[ciência]] que abrange [[tudo]] [[simplesmente]], então já abrangemos [[tudo]] [[simplesmente]] no [[pré-saber]] de tal [[pergunta]]. E quando [[perguntamos]] sobre a [[possibilidade]] de uma [[ciência]] do [[ente]] enquanto [[ente]], isto pressupõe que já sabemos germinativamente algo sobre aquilo que determina o [[ente]] precisamente como [[ente]]: o [[ser]] dos [[entes]] [[simplesmente]]. Temos, portanto, já um certo [[saber]] do [[objeto]] da [[metafísica]], um [[saber]] que tornará [[possível]] começar a determinar o [[método]] que levará a este “[[objeto]]”. E mais uma vez, já temos um [[pré-saber]] [[a-temático]] do [[sentido do ser]], um [[pré-saber]] que espontaneamente exercemos na [[vida]] [[cotidiana]] e que nos orienta suficientemente para podermos, sem [[saber]] [[metafísica]] sistemática, alcançar a [[realização]] do [[sentido]] de nossa [[vida]]" (1). | ||
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| + | : "O [[conteúdo]] deste [[pré-saber]] [[atemático]] é o que chamamos de “[[horizonte]]” da [[pergunta]]. É um [[horizonte]] ''[[apriori]]'' porque nele e a partir dele a [[pergunta]] se torna [[possível]] enquanto ele significa o complexo de [[condições]] [[transcendentais]] ''[[apriori]]'' do exercício da [[pergunta]]" (1). | ||
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| + | : O [[pré-saber]] é o [[sentido do Ser]], em que já nos movemos [[simplesmente]]. Para o [[ser humano]] trata-se [[sempre]] do [[saber]], isto é, do [[sentido do Ser]]. O [[Ser]] é tão [[imediato]], tão [[presente]], tão sem [[questionamento]], que aquilo que se torna [[questão]] para o [[ser humano]] é o [[sentido do ser]], isto é, o [[saber]] do [[Ser]]. Toda a nossa [[questão]] é o [[saber]]. É no e do [[saber]] do [[Ser]] que surgem as [[questões]]: [[linguagem]], [[sentido]], [[mundo]], [[verdade]]. Porém, o [[pré-saber]] vigora no [[não-saber]] e [[saber]], portanto, há também a não-língua(gem), o não-significado/sentido, o não-mundo/mundo, a não-verdade/verdade. É o que tentamos denominar como [[silêncio]] e [[vazio]] e [[nada]]. Do [[silêncio]], do [[vazio]], do [[nada]], [[nada]] podemos [[dizer]], somente experienciá-los. É a [[condição]] de nossa [[finitude]], a nossa [[condição humana]]. | ||
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Edição atual tal como 15h56min de 20 de março de 2021
Tabela de conteúdo |
1
- "Todo perguntar é tornado possível e orientado por um pré-saber do perguntado. Quando perguntamos sobre a possibilidade de uma ciência que abrange tudo simplesmente, então já abrangemos tudo simplesmente no pré-saber de tal pergunta" (1).
- Referência:
- (1) HUMMES, o.f.m. Cláudio. Metafísica. Mimeo. Daltro Filho / Imigrantes, RS, 1963. Depois tornou-se Bispo e hoje é Cardeal.
2
- "Quando perguntamos sobre a possibilidade de uma ciência que abrange tudo simplesmente, então já abrangemos tudo simplesmente no pré-saber de tal pergunta. E quando perguntamos sobre a possibilidade de uma ciência do ente enquanto ente, isto pressupõe que já sabemos germinativamente algo sobre aquilo que determina o ente precisamente como ente: o ser dos entes simplesmente. Temos, portanto, já um certo saber do objeto da metafísica, um saber que tornará possível começar a determinar o método que levará a este “objeto”. E mais uma vez, já temos um pré-saber a-temático do sentido do ser, um pré-saber que espontaneamente exercemos na vida cotidiana e que nos orienta suficientemente para podermos, sem saber metafísica sistemática, alcançar a realização do sentido de nossa vida" (1).
- Referência:
- (1) HUMMES, o.f.m. Cláudio. Metafísica. Mimeo. Daltro Filho / Imigrantes, RS, 1963. Depois tornou-se Bispo e hoje é Cardeal.
3
- "O conteúdo deste pré-saber atemático é o que chamamos de “horizonte” da pergunta. É um horizonte apriori porque nele e a partir dele a pergunta se torna possível enquanto ele significa o complexo de condições transcendentais apriori do exercício da pergunta" (1).
- Referência:
- (1) HUMMES, o.f.m. Cláudio. Metafísica. Mimeo. Daltro Filho / Imigrantes, RS, 1963. Depois tornou-se Bispo e hoje é Cardeal.
4
- O pré-saber é o sentido do Ser, em que já nos movemos simplesmente. Para o ser humano trata-se sempre do saber, isto é, do sentido do Ser. O Ser é tão imediato, tão presente, tão sem questionamento, que aquilo que se torna questão para o ser humano é o sentido do ser, isto é, o saber do Ser. Toda a nossa questão é o saber. É no e do saber do Ser que surgem as questões: linguagem, sentido, mundo, verdade. Porém, o pré-saber vigora no não-saber e saber, portanto, há também a não-língua(gem), o não-significado/sentido, o não-mundo/mundo, a não-verdade/verdade. É o que tentamos denominar como silêncio e vazio e nada. Do silêncio, do vazio, do nada, nada podemos dizer, somente experienciá-los. É a condição de nossa finitude, a nossa condição humana.
