Paideia

De Dicionário de Poética e Pensamento

(Diferença entre revisões)
Linha 14: Linha 14:
: (1) HEIDEGGER, Martin. "A teoria platônica da verdade". In: -----. ''Marcas do caminho'', Trad. Enio Paulo Giachini e Ernildo Stein. Vozes / Petrópolis, 2008, p. 229.
: (1) HEIDEGGER, Martin. "A teoria platônica da verdade". In: -----. ''Marcas do caminho'', Trad. Enio Paulo Giachini e Ernildo Stein. Vozes / Petrópolis, 2008, p. 229.
 +
 +
== 3 ==
 +
: "''[[Paideia]]'' refere-se à [[transformação]] do [[homem]] como um todo, no [[sentido]] de uma [[transposição]] que o readapta de um [[âmbito]] do que lhe vem ao encontro de [[imediato]] para um [[outro]] [[âmbito]], no qual o [[ente]] se mostra. Essa [[transposição]] só é [[possível]] por meio do [[fato]] de que [[tudo]]  aquilo que até o [[presente]] [[momento]] lhe era [[natural]] e [[evidente]] e o [[modo]] como o era se tornam [[diferentes]]. Aquilo que a cada vez se desvela desoculto ao [[homem]] e o [[modo]] desse [[desvelamento]] deve modificar-se. [[Desvelamento]] em [[grego]] chama-se ''[[aletheia]]'', [[palavra]] que se traduz por ''[[verdade]]''" (1).
 +
 +
 +
: Referência:
 +
 +
: (1) HEIDEGGER, Martin. "A teoria platônica da verdade". In: -----. ''Marcas do caminho'', Trad. Enio Paulo Giachini e Ernildo Stein. Vozes / Petrópolis, 2008, p. 230.

Edição de 22h20min de 9 de Agosto de 2020

1

"Esta mudança de hábitos e este movimento de se reacostumar da essência do homem com o âmbito que lhe é indicado a cada vez é a essência do que Platão chama de paideía. Não há como traduzir esta palavra. Em Platão, de acordo com a determinação de sua essência, paideía significa a periagogé holes tes psyches, a guia que conduz para a transformação de todo o homem em sua essência. É por isto que a paideía é essencialmente uma transição, e, em verdade, da apaideusía para a paideía. De acordo como o caráter dessa transição, a paideía permanece referida constantemente à apaideusía" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. "A teoria platônica da verdade". In: -----. Marcas do caminho, Trad. Enio Paulo Giachini e Ernildo Stein. Vozes / Petrópolis, 2008, p. 228.

2

"A força interpretativa da alegoria da caverna concentra-se em tornar visível e cognoscível a essência da paideía na plasticidade da história narrada. Em forma de rechaço, Platão quer mostrar também que paideía não tem a sua essência em entulhar a alma despreparada com meros conhecimentos, como se faz com um recipiente vazio, que se apresenta arbitrariamente. Contrariamente a isto, a verdadeira formação apanha e transforma a própria alma na totalidade, alocando o homem antes de tudo em seu lugar essencial e com ele acostumando-o" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. "A teoria platônica da verdade". In: -----. Marcas do caminho, Trad. Enio Paulo Giachini e Ernildo Stein. Vozes / Petrópolis, 2008, p. 229.

3

"Paideia refere-se à transformação do homem como um todo, no sentido de uma transposição que o readapta de um âmbito do que lhe vem ao encontro de imediato para um outro âmbito, no qual o ente se mostra. Essa transposição só é possível por meio do fato de que tudo aquilo que até o presente momento lhe era natural e evidente e o modo como o era se tornam diferentes. Aquilo que a cada vez se desvela desoculto ao homem e o modo desse desvelamento deve modificar-se. Desvelamento em grego chama-se aletheia, palavra que se traduz por verdade" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. "A teoria platônica da verdade". In: -----. Marcas do caminho, Trad. Enio Paulo Giachini e Ernildo Stein. Vozes / Petrópolis, 2008, p. 230.
Ferramentas pessoais