Dzoé

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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Edição de 01h29min de 26 de Dezembro de 2019

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"O traço fundamental da phýsis e da dzoé é o surgimento que se dá a partir de si mesmo, que é ao mesmo tempo um retorno para si mesmo, um fechamento" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. Heráclito. Trad. Márcia Sá Cavalcante Schuback. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1998, 307-8.

2

"To dzoion não é o “animal” e nem o “ser vivo” em sua acepção corrente e em seu sentido indeterminado. Dzoé diz o que surge de dentro de si e reina no surgir. To aeidzoon significa o “surgimento incessante”. Diz o mesmo que to aeiphyon ..." (1)


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. Heráclito. Tradução: Márcia Sá Cavalcante Schuback. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1998, 120.

3

De maneira alguma devemos pensar a dzoé, a vida de todo ser vivo, no sentido classificatório de gênero e espécie, de inferior e superior. Por exemplo, em relação à distinção do ser-humano, segundo a sentença órfica grega: Dzoion logon echon, animal racional, ou seja, ser vivo dotado de razão, numa tradução muito pobre. Não, dzoé não é animal nesse sentido genérico e lógico. Dzoé é vida, ou seja, todo e qualquer ser vivente. : "No modo grego de pensar, o animal se determina a partir do dzoion, do que surge, resguardando-se, portanto, de modo muito peculiar em si mesmo, pelo fato de não se exprimir" (1). O grego quando quer denominar qualquer ser vivente diz bios.


- Manuel Antônio de Castro
Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. Heráclito. Tradução: Márcia Sá Cavalcante Schuback. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1998, 108.

4

"A sabedoria de Sileno se distingue porque ele foi o sábio preceptor de Dioniso. Esse deus-homem, homem-deus está ligado tanto à phýsis como à zoé (vigor e fulgor do viver) e também a Eros, sempre no limiar de Thánatos. A paixão pela vida como Eros-Dioniso é o que dá o alcance do que os gregos experienciavam como zoé (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O Mito de Midas da morte ou do ser feliz". In: -------------. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 189.
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