Sanidade

De Dicionário de Poética e Pensamento

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"A necessidade da obra, a obra como necessidade, que é excesso, e conduz ao limite do possível rompendo suas barreiras, permitindo o mergulho no impossível, o salto sobre o abismo. Experienciar o limite é saber não haver fronteira demarcada entre o riso e o pranto, mas circularidade. Avistar o impossível é arrostar o real, pois no impossível é que está a realidade (1). Cruzar as fronteiras do possível e mergulhar no supostamente impossível é conhecer a si mesmo, é estar na fronteira entre o limite que é a vida e o não-limite que é a morte. Viver a consciência da morte é habitar o entre, saber fazer a travessia é o que deveríamos chamar sanidade" (2).


Referência:


(1) LISPECTOR, Clarice. Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres. Rio de Janeiro: Rocco, 1998, p. 106.
(2) BÊTA, Janaína Laport. MADRAS - o sagrado e a urdidura do tecido poético de Arthur Bispo do Rosário (Mimeo. Pós-graduação em Poética. UFRJ/Faculdade de Letras, 2o. semestre de 2009).
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