Travessia

De Dicionrio de Potica e Pensamento

(Diferença entre revisões)
Linha 46: Linha 46:
:(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "O silêncio da fala". In: ______. ''Aprendendo a pensar II''. Petrópolis: Vozes, 1992, p. 28.
:(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "O silêncio da fala". In: ______. ''Aprendendo a pensar II''. Petrópolis: Vozes, 1992, p. 28.
 +
 +
 +
== 5 ==
 +
:Trans-verto se articula com [[caminho]] e [[sentido]], nisso consistindo a ''[[poíesis]]''/ação/sentido. Ora, nesse caminho/travessia se dá e nos é doado, ''[[Da-sein]]''. Ser-entre como Hermes/verbo/entre. Por isso, a travessia se dá em três sentidos:
 +
:a) Entre [[vida]]-morte;
 +
:b) No entre de vida e [[morte]];
 +
:c) O entre é o [[entre]] tanto de vida como de morte.
 +
 +
 +
:- [[Manuel Antônio de Castro]]

Edição de 05h34min de 8 de Agosto de 2009

1

Pensei a travessia através da sua etimologia, o que está certo, mas é necessário pensá-la também na tensão lugar X espaço, porque daí surge a questão da coisa e da quadratura. Heidegger trata disto quando diz: "Os espaços abrem-se pelo fato de serem admitidos no habitar do homem. Os mortais são, isso significa: em habitando têm sobre si espaços em razão de sua de-mora junto às coisas e aos lugares... Sempre atravessamos espaços de maneira que já os temos sobre nós ao longo de toda travessia, uma vez que sempre de-moramos junto a lugares próximos e distantes, junto às coisas" (1).


- Manuel Antônio de Castro


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. "Construir, habitar, pensar". In: Ensaios e conferências. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 136.


2

Toda escuta do que se é, é travessia.
"Atravessar o aberto do horizonte não deixa de ser o perigo de perder-se no canto do infinito, no canto e divino do aberto, do indeterminado, no (?) da pura possibilidade" (1).
A música é o mar aberto do tempo onde a travessia é escuta do que nos atrai, mas que o doce canto e o encanto não nos matém, pois destruiria a travessia. A escuta é a própria travessia: a possibilidade de fazer da fala do silêncio a eclosão do sentido do que se é. A travessia é fazer eclodir no cotidiano o extraordinário. Para que não surja o trágico – fim da travessia – é necessário ter bem patente que a travessia é um movimento ambíguo: da fala para o silêncio e do silêncio para a fala. A palavra cantada é a palavra encantada: a plenificação do sentido do que somos.


- Manuel Antônio de Castro


Referência:
(1) SCHUBACK, Márcia Sá C. Ensaios de filosofia. Petrópolis: Vozes, 1999, p. 173.


3

Pensei a travessia através da sua etimologia, mas é necessário pensá-la na tensão Lugar X Espaço, porque daí surge a questão da coisa e da quadratura.
Heidegger trata disso, quando afirma: "Os espaços abrem-se pelo fato de serem admitidos no habitar do homem. Os mortais são, isso significa: em habitando têm sobre si espaços em razão de sua de-mora junto às coisas e aos lugares... Sempre atravessamos espaços de maneira que já os temos sobre nós ao longo de toda travessia, uma vez que sempre de-moramos junto a lugares próximos e distantes, junto às coisas" (1).


- Manuel Antônio de Castro


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. "Construir, habitar, pensar". In: ______. Ensaios e conferências. Petrópolis: Vozes, 2002, p. 136.


4

"No discurso mora sempre uma esperança, a esperança de ser uma ponte entre dois mundos. Toda ponte realiza em seu ser um convite de travessia... Assim não é para chegar que se caminha pelos caminhos do silêncio nas falas. É simplesmente pela alegria de saber o sabor da diferença entre o ser e o nada na aventura criadora do sem-fim" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "O silêncio da fala". In: ______. Aprendendo a pensar II. Petrópolis: Vozes, 1992, p. 28.


5

Trans-verto se articula com caminho e sentido, nisso consistindo a poíesis/ação/sentido. Ora, nesse caminho/travessia se dá e nos é doado, Da-sein. Ser-entre como Hermes/verbo/entre. Por isso, a travessia se dá em três sentidos:
a) Entre vida-morte;
b) No entre de vida e morte;
c) O entre é o entre tanto de vida como de morte.


- Manuel Antônio de Castro