Ser
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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:(1) TORRANO, JAA. "Introdução". In: ''Hesíodo. Teogonia''. Trad. JAA Torrano. São Paulo: Iluminuras, 1992, p. 28. | :(1) TORRANO, JAA. "Introdução". In: ''Hesíodo. Teogonia''. Trad. JAA Torrano. São Paulo: Iluminuras, 1992, p. 28. | ||
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:(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. ''Aprendendo a pensar II''. Petrópolis: Vozes, 1992. | :(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. ''Aprendendo a pensar II''. Petrópolis: Vozes, 1992. | ||
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- | :JARDIM, Antônio. ''Música: vigência do pensar poético''. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 62. | + | :(1) JARDIM, Antônio. ''Música: vigência do pensar poético''. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 62. |
Edição de 19h46min de 28 de março de 2009
1
- "Ser: viver, surgir, permanecer. Estes sentidos correspondem às três raízes que aparecem no verbo ser" (1).
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. Introdução à metafísica. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1969, p. 97 e 98.
- Ver também:
2
- "Revela-se que o Ser é o encanto das Vozes (isto é, as Musas) e as Musas não são outra coisa que a múltipla Presença do Divino" (1). "Relação entre linguagem e ser, ou seja: entre o Canto em seu encanto e a aparição do que se canta, e consequentemente entre a Revelação (alétheia) e o Esquecimento (lesmosýne/léthe)" (2). "A rigor, não há na Teogonia uma relação entre linguagem e ser, mas uma imanência recíproca entre eles" (3).
- Referências:
- (1) TORRANO, JAA. "Introdução". In: Hesíodo. Teogonia. Trad. JAA Torrano. São Paulo: Iluminuras, 1992, p. 28.
- (2) Idem, p. 29.
- (3) Idem, p. 29.
- Ver também:
3
- Não basta ter conhecimentos, é preciso ser o que se conhece. Há aqui uma tensão entre ser e ter. Emmanuel Carneiro Leão trata da questão do ter no ensaio "Leitura órfica de uma sentença grega" (1). Trata-se do "ter linguagem". Em que sentido se emprega o "ter"? Diz Márcia Schuback: "'Ser' homem para o grego é 'ter' lógos (...) Ser homem para o grego significa, sobretudo, estar na disposição do lógos. De modo algum, o homem 'tem' logos como uma propriedade dada genética, natural. Tem o lógos enquanto uma disposição para empenhar-se pelo lógos" (2).
- Referências:
- (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. Aprendendo a pensar II. Petrópolis: Vozes, 1992.
- (2) SCHUBACK, Márcia Sá Cavalcante. "As cordas serenas de Ulisses". In: Ensaios de filosofia. Petrópolis: Vozes, 1999, p. 174.
4
- Ao enigma que é o ser podemos chegar por quatro vias, todas integradas na questão da liminaridade: a) como horizonte, quando no visível o ser humano já desde sempre se lança para o invisível. Mas esse movimento de ver o não-visível do visível, sempre se dá num movimento incessante inerente a toda questão, articulando tanto mais um ver quanto mais se lança no não-ver. O ser humano é convocado pela questão do não-ver. b) Como saber, pois quando pergunta, pergunta porque não sabe e quer saber o não-saber, mas, ao mesmo tempo, só pode perguntar porque já sabe o não-saber. E, por isso, o ser humano é convocado pela questão do não-saber. c) Como querer, quando deseja-se isto e aquilo. Mas isto e aquilo são uma posse e não o poder da posse das possibilidades. Por isso, isto e aquilo não satisfazem o desejo. O desejo não é disto ou aquilo enquanto posse disto ou daquilo. O desejo é sempre poder a posse de todas as possibilidades. O ser humano é convocado pela questão do não-querer. Só esta posse faz o ser humano feliz, ou seja, responde e corresponde ao seu querer/desejar. d) Como ser, quando questiona "o que é isto?", "o que é aquilo?". Mas ao perguntar por isto e aquilo, no fundo, não pergunta por isto e aquilo enquanto ente, mas sempre e já a partir do ser, senão nem poderia perguntar. Contudo toda questão pergunta pelo o ser na dimensão verbal do ente enquanto não-é: o que é, o que foi, o que será? Por isso, a resposta da questão será sempre no plano do ente, recolocando a questão do não-ser. O ser humano, contudo, é sempre convocado pela questão do ser, na dimensão do ver, do saber, do querer e do não-ser. Esse é o enigma do ser humano que sempre se dimensiona na questão porque nela ele se mede como ente na medida do ser por não-ser. A questão antes de ser perguntada já nos ultrapassa. Ela é a desmedida de toda medida da pergunta por, sobre e com.
- Ver também:
5
- "Ser não pode ser. Se fosse (ser) não mais permaneceria ser, mas seria ente" (1).
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. In: A tese de Kant sobre o ser. São Paulo: Duas Cidades, 1970, p. 95.
- Ver também:
6
- "Ser e pensar unem e trazem consigo o mundo e a phýsis como possibilidade de constituição de uma espácio-temporalidade que se estrutura para além do domínio das realizações, mas também o mundo e a phýsis como espácio-temporalidade de constituição da realidade do ser como desvelamento".
- Referência:
- (1) JARDIM, Antônio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 62.
- Ver também: