Realização

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: Realização é o vir a ser da [[realidade]] no seu manifestar-se em [[real]], ou seja, a totalidade dos entes (''ta onta''), dos fenômenos. Como tal todo [[fenômeno]] é uma realização da realidade  constituindo o [[real]]. Toda realização é oblíqua e dissimulada porque nela a realidade se dá e retrai, se manifesta e vela. Daí podermos falar de real e [[irreal]], de [[ideal]] e real, porque este, em verdade, é a vigência do [[vigor]] da realidade pondo-se e depondo-se nas realizações.
: Realização é o vir a ser da [[realidade]] no seu manifestar-se em [[real]], ou seja, a totalidade dos entes (''ta onta''), dos fenômenos. Como tal todo [[fenômeno]] é uma realização da realidade  constituindo o [[real]]. Toda realização é oblíqua e dissimulada porque nela a realidade se dá e retrai, se manifesta e vela. Daí podermos falar de real e [[irreal]], de [[ideal]] e real, porque este, em verdade, é a vigência do [[vigor]] da realidade pondo-se e depondo-se nas realizações.
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: - [[Manuel Antônio de Castro]]
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: Toda [[plenitude]] só é [[plenitude]] do principiar do [[princípio]], assim como todo rio traz em sua corrente a [[presença]] da [[fonte]]. Esta ambiguidade poética é que é o [[tempo]] circular. A [[palavra]] [[plenitude]] forma-se de pleno. E esta [[palavra]] vem do latim ''plenus'', que significa: cheio, completo, satisfeito. Porém, não podemos reduzir a [[plenitude]] a esses atributos acidentais quando se trata do [[ser]] que cada um [[é]]. Ontologicamente é uma [[realização]] plena, completa, inteira, que se dá quando, cada um naquilo que [[é]], encontra o seu pleno e total [[sentido]]. É a sua [[completude]]. É que [[sentido]] então é [[sentido]] de [[ser]], plena e completa [[realização]], e não simplesmente a mera ligação às [[sensações]] e à satisfação dos [[sentidos]]. Estes não estão excluídos da [[plenitude]] e da [[completude]], mas jamais podemos reduzi-las às meras [[sensações]] sejam sensuais, sejam estéticas, pois, neste caso, reduzir-se-ia o [[ontológico]] (''[[Libido]]'' ''essendi'') ao epistemológico (''[[Libido]] sciendi'').
: - [[Manuel Antônio de Castro]]
: - [[Manuel Antônio de Castro]]

Edição de 20h29min de 9 de Setembro de 2017

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Realização é o vir a ser da realidade no seu manifestar-se em real, ou seja, a totalidade dos entes (ta onta), dos fenômenos. Como tal todo fenômeno é uma realização da realidade constituindo o real. Toda realização é oblíqua e dissimulada porque nela a realidade se dá e retrai, se manifesta e vela. Daí podermos falar de real e irreal, de ideal e real, porque este, em verdade, é a vigência do vigor da realidade pondo-se e depondo-se nas realizações.


- Manuel Antônio de Castro


2

Toda plenitude só é plenitude do principiar do princípio, assim como todo rio traz em sua corrente a presença da fonte. Esta ambiguidade poética é que é o tempo circular. A palavra plenitude forma-se de pleno. E esta palavra vem do latim plenus, que significa: cheio, completo, satisfeito. Porém, não podemos reduzir a plenitude a esses atributos acidentais quando se trata do ser que cada um é. Ontologicamente é uma realização plena, completa, inteira, que se dá quando, cada um naquilo que é, encontra o seu pleno e total sentido. É a sua completude. É que sentido então é sentido de ser, plena e completa realização, e não simplesmente a mera ligação às sensações e à satisfação dos sentidos. Estes não estão excluídos da plenitude e da completude, mas jamais podemos reduzi-las às meras sensações sejam sensuais, sejam estéticas, pois, neste caso, reduzir-se-ia o ontológico (Libido essendi) ao epistemológico (Libido sciendi).


- Manuel Antônio de Castro