Proposição

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:Em ''O que é uma coisa?'' (1), Heidegger examina três tópicos: proposição, [[enunciado]], [[verdade]]. Mostra a ligação entre proposição, [[informação]], [[comunicação]] e [[expressão]].
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:No fundo, a questão da proposição se dá em termos de [[limite]] e não-limite. E nela se dá a confluência de [[tempo]], [[linguagem]] e verbo/''[[poíesis]]'': ser como presença. Faces da mesma questão, a proposição é o limite querendo determinar o não-limite enquanto tempo-[[finito]] (e até infinitivo), linguagem-dis-curso, verbo-substantivo/sujeito e assim o [[Ser]] se reduz ao que liga e como tal inter-liga e possibilita o finito-limite, mas que é esquecido e silenciado. Isso fica bem claro na sintaxe da proposição que se divide em coordenação e subordinação. Na primeira se concebe o tempo, linguagem, verbo e ser como coordenação discursiva porque só se analisam os nós da [[rede]] coordenados, ou seja, sistêmicos.
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:Já o [[discurso]] por subordinação se concebe de uma maneira piramidal causal. Neste caso, o fundamento se tornou [[lógica|lógico]] e não [[real]], assim como no outro caso o [[vazio]] foi esquecido, em que as linhas discursivas coordenam e dão o todo real lógico-matemático. Em nenhum momento se faz presente o não-limite, o não-discurso, a não-ação, o não-tempo.
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:Em vista disto, a proposição fala sempre do limite, mesmo quando está sendo e, portanto, do ente, daí poder ser equacionada tanto no [[substantivo]]/[[adjetivo]] como no [[sujeito]]/predicativo, ou seja, sempre dentro do limite e, portanto, do conceitual. O [[conceito]] começa no limite, se alimenta do [[não-limite]] e termina no limite. A [[questão]] surge do não-limite, perpassa o limite e termina no não-limite. Por isso a questão é a proposição que se nega a si mesma. A proposição que sempre se move nas três formas/limites do tempo/discurso origina o sistema-ordem-sintaxe. A ultrapassagem da ordem-proposição sujeito-sintaxe se dá na sintaxe poética como não-ação, não-proposição, não-limite, não-discurso, não-tempo. Este não não é negativo mas a plenitude da fala do [[silêncio]] como [[noite]], vazio, [[repouso]] e ser: memória-poético-ontológica. A necessidade da proposição se dá porque o [[ente]] é uma doação do Ser enquanto é.
:- [[Manuel Antônio de Castro]]
:- [[Manuel Antônio de Castro]]
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:(1) HEIDEGGER, Martin. ''O que é uma coisa?''. Lisboa: Edições 70, 1992.
 
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:No fundo, a questão da proposição se dá em termos de [[limite]] e não-limite. E nela se dá a confluência de [[tempo]], [[linguagem]] e verbo/ ''[[Poíesis]]'': ser como presença. Faces da mesma questão, a proposição é o limite querendo determinar o não-limite enquanto tempo-[[finito]] (e até infinitivo), linguagem-dis-curso, verbo-substantivo/ sujeito e assim o [[Ser]] se reduz ao que liga e como tal inter-liga e possibilita o finito-limite, mas que é esquecido e silenciado. Isso fica bem claro na sintaxe da proposição que se divide em coordenação e subordinação. Na primeira se concebe o tempo, linguagem, verbo e ser como coordenação discursiva porque só se analisam os nós da [[rede]] coordenados, ou seja, sistêmicos.
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:"A proposição é um modo de enunciação que se caracteriza por afirmar o que alguma [[coisa]] é. É o que no grego antigo se chamava ''[[lógos]] apophantikós'', isto é, um discurso que faz apresentar, que faz [[manifestação|manifestar]] e aparecer o que alguma coisa é. É uma forma de declaração, tal como: esta sala é grande" (1).
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:Já o [[discurso]] por subordinação se concebe de uma maneira piramidal causal. Neste caso, o fundamento se tornou [[lógica|lógico]] e não [[real]], assim como no outro caso o [[vazio]] foi esquecido, em que as linhas discursivas coordenam e dão o todo real lógico-matemático. Em nenhum momento se faz presente o não-limite, o não-discurso, a não-ação, o não-tempo.
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:Em vista disto, a proposição fala sempre do limite, mesmo quando está sendo e, portanto, do ente, daí poder ser equacionada tanto no [[substantivo]]/ [[adjetivo]] como no [[sujeito]]/ predicativo, ou seja, sempre dentro do limite e, portanto, do conceitual. O [[conceito]] começa no limite, se alimenta do [[não-limite]] e termina no limite. A [[questão]] surge do não-limite, perpassa o limite e termina no não-limite. Por isso a questão é a proposição que se nega a si mesma. A proposição que sempre se move nas três formas/ limites do tempo/ discurso origina o sistema-ordem-sintaxe. A utrapassagem da ordem-proposição sujeito-sintaxe se dá na sintaxe poética como não-ação, não-proposição, não-limite, não-discurso, não-tempo. Este não não é negativo mas a plenitude da fala do [[silêncio]] como [[noite]], vazio, [[repouso]] e ser: memória-poético-ontológica. A necessidade da proposição se dá porque o [[ente]] é uma doação do Ser enquanto é.
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:- [[Manuel Antônio de Castro]]
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:(1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 164.
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:"A proposição é um modo de enunciação que se caracteriza por afirmar o que alguma coisa é. É o que no grego antigo se chamava ''lógos apophantikós'', isto é, um discurso que faz apresentar, que faz manifestar e aparecer o que alguma coisa é. É uma forma de declaração, tal como: esta sala é grande" (1).
 
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:(1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 164.
 
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:'''Ver também:'''
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== Ver também ==
 
*[[Ente]]
*[[Ente]]

Edição de 23h45min de 19 de Agosto de 2009

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No fundo, a questão da proposição se dá em termos de limite e não-limite. E nela se dá a confluência de tempo, linguagem e verbo/poíesis: ser como presença. Faces da mesma questão, a proposição é o limite querendo determinar o não-limite enquanto tempo-finito (e até infinitivo), linguagem-dis-curso, verbo-substantivo/sujeito e assim o Ser se reduz ao que liga e como tal inter-liga e possibilita o finito-limite, mas que é esquecido e silenciado. Isso fica bem claro na sintaxe da proposição que se divide em coordenação e subordinação. Na primeira se concebe o tempo, linguagem, verbo e ser como coordenação discursiva porque só se analisam os nós da rede coordenados, ou seja, sistêmicos.
Já o discurso por subordinação se concebe de uma maneira piramidal causal. Neste caso, o fundamento se tornou lógico e não real, assim como no outro caso o vazio foi esquecido, em que as linhas discursivas coordenam e dão o todo real lógico-matemático. Em nenhum momento se faz presente o não-limite, o não-discurso, a não-ação, o não-tempo.
Em vista disto, a proposição fala sempre do limite, mesmo quando está sendo e, portanto, do ente, daí poder ser equacionada tanto no substantivo/adjetivo como no sujeito/predicativo, ou seja, sempre dentro do limite e, portanto, do conceitual. O conceito começa no limite, se alimenta do não-limite e termina no limite. A questão surge do não-limite, perpassa o limite e termina no não-limite. Por isso a questão é a proposição que se nega a si mesma. A proposição que sempre se move nas três formas/limites do tempo/discurso origina o sistema-ordem-sintaxe. A ultrapassagem da ordem-proposição sujeito-sintaxe se dá na sintaxe poética como não-ação, não-proposição, não-limite, não-discurso, não-tempo. Este não não é negativo mas a plenitude da fala do silêncio como noite, vazio, repouso e ser: memória-poético-ontológica. A necessidade da proposição se dá porque o ente é uma doação do Ser enquanto é.


- Manuel Antônio de Castro


2

"A proposição é um modo de enunciação que se caracteriza por afirmar o que alguma coisa é. É o que no grego antigo se chamava lógos apophantikós, isto é, um discurso que faz apresentar, que faz manifestar e aparecer o que alguma coisa é. É uma forma de declaração, tal como: esta sala é grande" (1).


Referência:
(1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 164.


Ver também: