Fundar
De Dicionário de Poética e Pensamento
(Diferença entre revisões)
(→2) |
(→5) |
||
Linha 33: | Linha 33: | ||
== 5 == | == 5 == | ||
: "O [[fundar]] que faz o [[amor]] [[acontecer]] enquanto [[belo]] não é o [[próprio]] [[amor]], pois o [[acontecer]] se dá no [[amor]] acontecendo enquanto [[belo]]. Porém, o [[acontecer]] é que, como tal, funda o [[acontecer]] do [[amor]] e não é o [[amor]] acontecendo enquanto [[belo]] que funda o [[acontecer]]. O [[belo]] só será [[belo]] se for, e não enquanto uma [[qualidade]] do [[sujeito]]" (1). | : "O [[fundar]] que faz o [[amor]] [[acontecer]] enquanto [[belo]] não é o [[próprio]] [[amor]], pois o [[acontecer]] se dá no [[amor]] acontecendo enquanto [[belo]]. Porém, o [[acontecer]] é que, como tal, funda o [[acontecer]] do [[amor]] e não é o [[amor]] acontecendo enquanto [[belo]] que funda o [[acontecer]]. O [[belo]] só será [[belo]] se for, e não enquanto uma [[qualidade]] do [[sujeito]]" (1). | ||
- | |||
Linha 39: | Linha 38: | ||
: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Fundar e fundamentar". In: ''Pensamento no Brasil, v.I - Emmanuel Carneiro Leão''. SANTORO, Fernando e Outros, Org. Rio de Janeiro: Hexis, 2010, p. 218. | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Fundar e fundamentar". In: ''Pensamento no Brasil, v.I - Emmanuel Carneiro Leão''. SANTORO, Fernando e Outros, Org. Rio de Janeiro: Hexis, 2010, p. 218. | ||
+ | |||
+ | |||
+ | |||
+ | == 6 == | ||
+ | : "''[[Fundar]]'' é deixar [[vigorar]] e [[acontecer]] o [[sentido]] que educa libertando. A [[liberdade]] está no [[sentido]] e o [[sentido]] está na [[liberdade]]. Entretanto, não pode [[ser]] uma [[liberdade]] de [[escolha]] de [[sistemas]] ou dentro de [[sistemas]] prévios em que o [[escolher]] se reduz a mudar de [[função]]. Tem de [[ser]] aquela [[liberdade]] e [[sentido]] inerentes às [[obras de arte]], enquanto nestas acontece o [[fundar]] de [[terra]] e [[mundo]]" (1). | ||
+ | |||
+ | |||
+ | : Referência: | ||
+ | |||
+ | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Fundar e fundamentar". In: ------. ''Arte: o humano e o destino''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 101. |
Edição de 19h51min de 15 de Agosto de 2019
Tabela de conteúdo |
1
- "A essência da arte é a poiesis. Porém, a essência da poiesis é a fundação da verdade. O fundar compreendemo-lo aqui em um triplo sentido: fundar [Stiften] como doar [Schenken], fundar [Stiften] como fundamentar, fundar [Stiften] como principiar. Contudo, a fundação [Stiftung] é realmente vigente apenas no desvelo. Assim, a cada modo do fundar, corresponde um do desvelar" (1).
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. A origem da obra de arte, trad. Idalina Azevedo da Silva e Manuel Antônio de Castro. São Paulo: Edições 70, 2010, p. 191.
2
- "O fundar é o vigorar da memória como fundamentar de toda experiência temporal enquanto passado, presente e futuro" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Fundar e fundamentar". In: Pensamento no Brasil, v.I - Emmanuel Carneiro Leão. Rio de Janeiro: Hexis, 2010, p. 217.
3
- "... neste nosso mundo de hoje, onde tudo é dominado pela sofÃstica causal e finalista, tudo tem que servir para algo, tudo é causa de alguma coisa, isto é, tem que ter alguma função. E surge o paradoxo: Nada é sem função (fundamentar). Nada é sem função (fundar)" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Fundar e fundamentar". In: Pensamento no Brasil, v.I - Emmanuel Carneiro Leão. SANTORO, Fernando e Outros, Org. Rio de Janeiro: Hexis, 2010, p. 213.
4
- Fundar é trazer para a obra de arte a disputa de Mundo e Terra. Eis a verdade manifestativa da arte e do pensamento acontecendo.
5
- "O fundar que faz o amor acontecer enquanto belo não é o próprio amor, pois o acontecer se dá no amor acontecendo enquanto belo. Porém, o acontecer é que, como tal, funda o acontecer do amor e não é o amor acontecendo enquanto belo que funda o acontecer. O belo só será belo se for, e não enquanto uma qualidade do sujeito" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Fundar e fundamentar". In: Pensamento no Brasil, v.I - Emmanuel Carneiro Leão. SANTORO, Fernando e Outros, Org. Rio de Janeiro: Hexis, 2010, p. 218.
6
- "Fundar é deixar vigorar e acontecer o sentido que educa libertando. A liberdade está no sentido e o sentido está na liberdade. Entretanto, não pode ser uma liberdade de escolha de sistemas ou dentro de sistemas prévios em que o escolher se reduz a mudar de função. Tem de ser aquela liberdade e sentido inerentes às obras de arte, enquanto nestas acontece o fundar de terra e mundo" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Fundar e fundamentar". In: ------. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 101.