Ficção
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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:(1) PAMUK, Orhan. ''A maleta de meu pai''. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 66. | :(1) PAMUK, Orhan. ''A maleta de meu pai''. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 66. | ||
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+ | :“A ficção ao ser narrada reinventa o [[real]], não se torna o outro lado da rua ou, para melhorar a [[metáfora]], a outra [[margem]] do rio. Ficcionar é ser a correnteza criativa que molha tanto uma margem quanto a outra, alinhavando com sua força a [[narrativa]] de uma [[realidade]] múltipla, condensada no fino enleio do poetizar. O corporal de sua investida é trama que enreda dicotomias, transfigurando-as em circularidade: véu que se estende no encoberto do que se desvela” (1). | ||
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+ | :(1) PESSANHA, Fábio Santana. A hermenêutica do mar – Um estudo sobre a poética de Virgílio de Lemos. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2013, pp. 127-8. |
Edição de 22h48min de 8 de janeiro de 2014
1
- Aprender é aprender o que não pode ser ensinado. Ensinar é deixar que o que não pode ser ensinado ecloda, se desvele em cada um. Ficção vem do verbo latino fingere, figurar, dar figura. Toda figura, enquanto arte, ficção, só é figura se fizer o que não pode ser figurado eclodir, ser desvelado.
2
- No conto de João Guimarães Rosa "Nada e a nossa condição" (1), ficção ou "fazer de conta" (2) é reinventar o real, "instaurar um novo mundo" (3). Isso aparece como nadificar . Nadificar significa "retirar as máscaras que vestimos" (4). Nadificar é a própria reinvenção do real, ou seja, nas palavras do personagem Tio Man'Antônio "fazer de conta". Aqui está o duplo significado de ficção: narrar para reinventar o real. A um tal narrar poderíamos denominar "ficção poética".
- Referências:
- (1) ROSA, Guimarães. "Nada e a nossa condição". In: Primeiras Estórias. 3ª edição. Rio de Janeiro: José Olympio, 1967.
- (2) Idem.
- (3) Idem.
- (4) Idem.
3
- "Porque é através da leitura de romances, histórias e mitos que conseguimos entender as ideias que governam o mundo em que vivemos: é a ficção que nos dá acesso às verdades que a família, a escola e a sociedade mantêm veladas, ocultas; é a arte do romance que nos permite perguntar quem afinal realmente somos" (1).
- Referência:
- (1) PAMUK, Orhan. A maleta de meu pai. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 66.
4
- “A ficção ao ser narrada reinventa o real, não se torna o outro lado da rua ou, para melhorar a metáfora, a outra margem do rio. Ficcionar é ser a correnteza criativa que molha tanto uma margem quanto a outra, alinhavando com sua força a narrativa de uma realidade múltipla, condensada no fino enleio do poetizar. O corporal de sua investida é trama que enreda dicotomias, transfigurando-as em circularidade: véu que se estende no encoberto do que se desvela” (1).
- Referência:
- (1) PESSANHA, Fábio Santana. A hermenêutica do mar – Um estudo sobre a poética de Virgílio de Lemos. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2013, pp. 127-8.