Cura

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:Para tratar da [[realidade]], é importante tomar como referência o [[corpo]], porque nele está contida toda a realidade. Por isso, Cura figura o homem. Nesse sentido, enquanto o corpo/homem é um figurar de Cura, o corpo, como tal, e a realidade são uma metafóra do que é isto - o humano do [[homem]]. A metáfora corpo real remete também para o [[entre]] enquanto [[figurar]] de Cura. Daí que o vai caracterizar - enquanto entre de cura como metáfora/corpo, o paradoxo/pensamento - a palavra, o verbo, a ironia/linguagem. Cura se torna assim o princípio da sintaxe das três questões fundamentais que nos constituem: corpo, terra e mundo: manifestadas na ''poíesis'', isto é, no vigor poético. Aqui nos referimos a Cura a partir do mito de "Cura", de Higino.
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:Para tratar da [[realidade]], é importante tomar como referência o [[corpo]], porque nele está contida toda a realidade. Por isso, Cura figura o homem. Nesse sentido, enquanto o corpo/homem é um figurar de Cura, o corpo, como tal, e a realidade são uma metafóra do que é isto - o humano do [[homem]]. A metáfora corpo/real remete também para o [[entre]] enquanto [[figurar]] de Cura. Daí que o vai caracterizar - enquanto entre de cura como metáfora/corpo, o paradoxo/pensamento - a palavra, o verbo, a ironia/linguagem. Cura se torna assim o princípio da sintaxe das três questões fundamentais que nos constituem: corpo, terra e mundo: manifestadas na ''poíesis'', isto é, no vigor poético. Aqui nos referimos a Cura a partir do mito de "Cura", de Higino.
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:A essência da "cura" é deixar-se assaltar, possuir pela [[questão]]. Não somos nós que temos questões. São as questões que nos têm. Quando isto acontece então nos movemos nos elementos da Cura, ou seja, o [[homem]] é "de-finido" por ela na medida que deixa eclodir nele as questões. Estar aberto ao [[apelo]] da cura é a questão maior. Como esta abertura gera um limiar e se dá numa tensão, nós nos movemos na cura na medida e na proporção em que estamos já sempre e desde sempre na pro-cura, onde não somos nós que pro-curamos, mas na qual nos apropriamos do que nos é próprio: o que nos é próprio é o que somos. Ser para o homem significa tornar-se homem na e pela pro-cura. Por isso, é necessário distinguir [[querer]] e [[desejar]]. O desejar é do homem. O querer é da cura.
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:A essência da cura é deixar-se assaltar, possuir pela [[questão]]. Não somos nós que temos questões. São as questões que nos têm. Quando isto acontece então nos movemos nos elementos da Cura, ou seja, o [[homem]] é de-finido por ela na medida que deixa eclodir nele as questões. Estar aberto ao [[apelo]] da cura é a questão maior. Como esta abertura gera um limiar e se dá numa tensão, nós nos movemos na cura na medida e na proporção em que estamos já sempre e desde sempre na pro-cura, onde não somos nós que pro-curamos, mas na qual nos apropriamos do que nos é próprio: o que nos é próprio é o que somos. Ser para o homem significa tornar-se homem na e pela pro-cura. Por isso, é necessário distinguir [[querer]] e [[desejar]]. O desejar é do homem. O querer é da cura.
:- [[Manuel Antônio de Castro]]
:- [[Manuel Antônio de Castro]]

Edição de 02h21min de 13 de Setembro de 2009

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Para tratar da realidade, é importante tomar como referência o corpo, porque nele está contida toda a realidade. Por isso, Cura figura o homem. Nesse sentido, enquanto o corpo/homem é um figurar de Cura, o corpo, como tal, e a realidade são uma metafóra do que é isto - o humano do homem. A metáfora corpo/real remete também para o entre enquanto figurar de Cura. Daí que o vai caracterizar - enquanto entre de cura como metáfora/corpo, o paradoxo/pensamento - a palavra, o verbo, a ironia/linguagem. Cura se torna assim o princípio da sintaxe das três questões fundamentais que nos constituem: corpo, terra e mundo: manifestadas na poíesis, isto é, no vigor poético. Aqui nos referimos a Cura a partir do mito de "Cura", de Higino.


- Manuel Antônio de Castro


2

A essência da cura é deixar-se assaltar, possuir pela questão. Não somos nós que temos questões. São as questões que nos têm. Quando isto acontece então nos movemos nos elementos da Cura, ou seja, o homem é de-finido por ela na medida que deixa eclodir nele as questões. Estar aberto ao apelo da cura é a questão maior. Como esta abertura gera um limiar e se dá numa tensão, nós nos movemos na cura na medida e na proporção em que estamos já sempre e desde sempre na pro-cura, onde não somos nós que pro-curamos, mas na qual nos apropriamos do que nos é próprio: o que nos é próprio é o que somos. Ser para o homem significa tornar-se homem na e pela pro-cura. Por isso, é necessário distinguir querer e desejar. O desejar é do homem. O querer é da cura.


- Manuel Antônio de Castro
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