Ciência

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Edição feita às 14h23min de 6 de Agosto de 2015 por Fábio (Discussão | contribs)

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A ciência como ciência não pode pensar a sua essência. E não pode pensar a sua essência porque a essência não pode ser reduzida ao saber. Pensar é mais do que simplesmente saber. É abrir-se para o mesmo de ser e saber.
E não poder pensar para a ciência que se pensa como ciência é deixar de ser ciência e passar a ser filosofia ou pensamento.


- Manuel Antônio de Castro


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"O conceito de ciência deriva da representação paradigmática do saber. O conceito de saber fundamenta-se no respectivo entendimento e na respectiva compreensão da essência da verdade. A essência da verdade surge a partir da posição fundamental do homem no meio da totalidade do ser. Esta posição fundamental é dominada pelo modo como o homem está no meio do ente; ela é dominada pelo fato - quem o homem é - e se e como o homem questiona e responde a esta questão. Isto é, portanto, a decisão na qual nós mesmos estamos (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. Lógica - a pergunta pela essência da linguagem. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2008, p. 156.


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A palavra ciência está ligada à palavra grega episteme. :"E o que diz e significa episteme? É uma palavra composta da preposição epi e do verbo ístamai. Ístamai diz estar em pé, solidamente estabelecido e fundado. E a preposição epi acrescenta-lhe a conotação de por sobre, em cima, a cavaleiro de, por cima. Da integração de todas estas dimensões formou-se, então, a experiência de conhecimento e ciência em sentido forte de e próprio de episteme. Episteme não diz apenas conhecimento, mas todo o contexto em que se constitui conhecimento. Corresponde mais ou menos à experiência originária da scientia medieval e à nossa experiência espontânea de ciência , destituída naturalmente de qualquer conotação moderna que,em sua essência, equivale à técnica, no sentido de uma armação que tudo controla e tudo transforma em dispositivo de uma disposição ilimitada e auto-regulável" (1).


- Manuel Antônio de Castro


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. Filosofia grega - uma introdução. Teresópolis: Daimon Editora, 2010, p. 235.