Bem

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "O Édipo em Píndaro e Freud". In: ''Filosofia contemporânea''. Teresópolis: Daimon Editora, 2013, 63.
: (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "O Édipo em Píndaro e Freud". In: ''Filosofia contemporânea''. Teresópolis: Daimon Editora, 2013, 63.
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: "Quando pergunto pergunto pelo “é”: se é e o que é. Se pergunto assim, então posso fundamentalmente perguntar por [[tudo]]. Porém, o perguntar não é só um exercício do [[saber]], pois se já soubesse tudo nem mais poderia perguntar. O perguntar é também um exercício do [[querer]], enquanto tendo para o perguntado e quero atingi-lo e exercê-lo pelo saber. O tender e o querer, no entanto, supõem que o seu objeto seja algo para o qual se possa tender e o qual se possa querer. Mas perguntar eu só posso se já anteriormente sei, não só que o perguntado pode ser sabido, mas também se posso tender a ele para tentar sabê-lo mais e mais. Ora, se posso perguntar, sem mais, por tudo, isto supõe que tudo não somente é inteligível, mas também que tudo pode ser objeto da tendência, do querer, do meu [[espírito]], ou seja, que tudo, além do ser inteligível é também “apetecível”. Ora, o que é apetecível ou objeto de uma tendência em vista da auto-realização chamamos de “bem”. Portanto, tudo o que é, enquanto é, é bom. “Omne ens est bonum”. O “[[bom]]” é, portanto, uma propriedade transcendental do ente (1)". [Ver o ensaio do Emmanuel: “O problema da Poética de Aristóteles” (2)]
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: Referências:
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: (1) HUMMES O.F.M., Dom Cláudio. ''Metafísica''. Tratado transcrito datilograficamente por Manuel Antônio de Castro. Daltro Filho [Hoje Imigrantes]RS, 1964, p. 113.
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: (2) LEÃO, Emmanuel Carneiro. ''Aprendendo a pensar 2''. Petrópolis: Vozes, 1992.

Edição de 19h25min de 7 de Abril de 2016

1

Bem é o engendramento do que é pelo Belo. Será então um belo que nada tem a ver com o estético, mas é a vigência do que é.


- Manuel Antônio de Castro


Ver também:

2

"Na e com a libertação da liberdade, o homem nunca deixa de apostar no Bem. Por isso é que o Bem se dá e só se dá no apelo e como apelo de libertação. Aqui Bem não diz bons costumes, nem as normas da moralidade, nem valor de um ou para um sujeito, mas origem e fonte de ser. O Bem se recomenda, como desafio de conquista da liberdade numa luta sem tréguas pela libertação. Bem e liberdade coincidem, por provirem e conviverem numa mesma aposta ontológica de uma realização criadora em tudo que se faz e/ou se deixa de fazer. Neste nível de empenho radical, fazer já é ser e ser já inclui fazer. Pois na condição humana, ser e ter jogam o mesmo jogo, o jogo de uma incessante libertação" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "O Édipo em Píndaro e Freud". In: Filosofia contemporânea. Teresópolis: Daimon Editora, 2013, 63.


3

"Quando pergunto pergunto pelo “é”: se é e o que é. Se pergunto assim, então posso fundamentalmente perguntar por tudo. Porém, o perguntar não é só um exercício do saber, pois se já soubesse tudo nem mais poderia perguntar. O perguntar é também um exercício do querer, enquanto tendo para o perguntado e quero atingi-lo e exercê-lo pelo saber. O tender e o querer, no entanto, supõem que o seu objeto seja algo para o qual se possa tender e o qual se possa querer. Mas perguntar eu só posso se já anteriormente sei, não só que o perguntado pode ser sabido, mas também se posso tender a ele para tentar sabê-lo mais e mais. Ora, se posso perguntar, sem mais, por tudo, isto supõe que tudo não somente é inteligível, mas também que tudo pode ser objeto da tendência, do querer, do meu espírito, ou seja, que tudo, além do ser inteligível é também “apetecível”. Ora, o que é apetecível ou objeto de uma tendência em vista da auto-realização chamamos de “bem”. Portanto, tudo o que é, enquanto é, é bom. “Omne ens est bonum”. O “bom” é, portanto, uma propriedade transcendental do ente (1)". [Ver o ensaio do Emmanuel: “O problema da Poética de Aristóteles” (2)]


Referências:


(1) HUMMES O.F.M., Dom Cláudio. Metafísica. Tratado transcrito datilograficamente por Manuel Antônio de Castro. Daltro Filho [Hoje Imigrantes]RS, 1964, p. 113.
(2) LEÃO, Emmanuel Carneiro. Aprendendo a pensar 2. Petrópolis: Vozes, 1992.