Código
De Dicionrio de Potica e Pensamento
Edição feita às 02h48min de 9 de Outubro de 2017 por Profmanuel (Discussão | contribs)
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- Se o tempo fosse apenas movimento cronológico não haveria a menor possibilidade de o movimento e as suas imagens fazerem sentido para nós, pois haveria um contínuo aparecer e desaparecer, ou seja, a imagem, a representação e o tempo pressupõem a memória, isto é, a unidade ou identidade das diferenças. O mesmo se aplica à tensão de língua e linguagem, de fala e silêncio. Sem identidade, tempo e memória não há código e comunicação. O código é a identidade e o tempo da memória transformados em sistema de representações. Nenhum sistema opera sem o vigorar da realidade physis e sua verdade (aletheia).
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- Na comunicação, tanto o emissor como o receptor devem anular ao máximo suas singularidades, o que cada um tem de próprio, em favor da objetividade das informações e dos conhecimentos conceituais. Disso decorre que eles se põem de fora e sempre falam sobre o que se informa ou comunica. Isto é possível porque tudo está centralizado no instrumento comunicativo enquanto código, pois a linguagem é reduzida a um meio. Mas será que o diálogo se reduz a isso? Não. Neste caso, vamos ter o que se denomina código, algo comum tanto ao emissor quanto ao receptor, pelo qual os dois estão inseridos e imersos no que se denomina contexto ou conjuntura, algo funcional do ponto de vista da necessidade de comunicação. O essencial do código é a impessoalidade, o funcional e abstrato. E, claro, todo código já pressupõe linguagem e língua. Por isso mesmo, a linguagem é reduzida a meio e a língua a mensagens.
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- "O código não dá conta de tudo que acontece no círculo da comunicação, porque no código não se pensa o vazio das redes, embora estes sejam a condição daquele. Não se pensa propriamente a linguagem, mas só o código como estrutura de possibilidades delimitadas pelo sistema estrutural da língua e não a língua como algo vivo e atuante, que acontece pelo vigor da linguagem.