Riso
De Dicionrio de Potica e Pensamento
Edição feita às 22h43min de 25 de Setembro de 2017 por Profmanuel (Discussão | contribs)
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- "A teoria do ridículo vem de há muito apaixonando e ao mesmo tempo desgastando a Estética. Alguns céticos comprazem-se em apontar incongruências nas tentativas de sistematização. Mas se o examinamos minuciosamente, o caso não é tão desanimador. Cada qual consegue esclarecer pelo menos seus próprios exemplos e, assim, contribui para a interpretação da fenomenologia do ridículo" (1).
- Referência:
- (1) STAIGER, Emil. Conceitos fundamentais da poética. Rio: Tempo Brasileiro, 1969, p. 154.
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- " ' O riso é a paixão decorrente da transformação súbita de uma expectativa em nada ' (1). Kant, ao explicitar essa definição, salienta que o entendimento não encontra satisfação na transformação, a não ser por breves instantes. E, para explicá-la, diz que as representações influenciam o corpo e este, o espírito. Acentua, porém, que as representações são mero jogo e não representações de um objeto. Se fossem representações de algum objeto não poderiam transformar-se em nada, pois poderiam provocar uma decepção. E acrescenta (2).' O notável é que em todos esses casos, o cômico deve conter sempre algo que por um instante possa enganar ' (3) ".
- Referências:
- (1) KANT, Emmanuel. Crítica del juício. 2 e. Trad. José Rovira Armengoi. Buenos Aires: Losada, p. 178.
- (2) CASTRO, Manuel Antônio de. Travessia Poética. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1977, p. 46.
- (3) KANT, Emmanuel. Crítica del juício. 2. e. Trad. José Rovira Armengoi. Buenos Aires: Losada, p. 179.
3
- "Também Baudelaire tratou do problema do riso. Para ele o riso está intimamente ligado a uma queda antiga, a uma degradação física e moral. Atribui uma origem diabólica ao cômico, mas enquanto o diabólico expressa superioridade do homem. Por isso só o homem ri, o animal não se acha superior ao vegetal. Mas essa superioridade é essencialmente contraditória, ...sinal de uma grandeza infinita e de uma miséria infinita, miséria infinita em relação ao ser absoluto do qual tem um conceito, grandeza infinita relativamente aos animais. É do choque perpétuo destes dois infinitos que surge o riso. O cômico, a faculdade de rir, está naquele que ri e não no objeto do riso (1)" (2).
- Referência:
- (1) BAUDELAIRE, Charles. Oeuvres completes. Texte établit et annoté par Y.-G. le Dantec. Édition révisé, complétée et présentée par Claude Pichois. Bibliothèque de la Plêiade, 1966, p. 982. (Obras completas). Texto estabelecido e anotado por Y.-G le Dantec. Edição revisada, completada e apresentada por Claude Pichois. Biblioteca da Plêiade, 1966, p. 982.
- (2) CASTRO, Manuel Antônio de. Travessia Poética. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1977, p. 48.