Dor
De Dicionrio de Potica e Pensamento
Edição feita às 12h29min de 14 de Dezembro de 2016 por Profmanuel (Discussão | contribs)
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- "Crê-me, em qualquer parte resta ainda uma alegria. A dor autêntica entusiasma. Quem penetra a sua miséria encontra-se acima. E é magnífico que somente na dor cheguemos a sentir corretamente a liberdade da alma" (1).
- Referência:
- (1) HÖLDERLIN, Friedrich. Hipérion ou O eremita da Grécia. Trad. Marcia C. de Sá Cavalcante. Petrópolis: Vozes, 1994, p. 137.
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- "Uma das situações que mais evidenciam a indigência da existência é a experiência da dor. A dor é uma sensação indizível que se inaugura colada à condição corporal. Ela aparece permeada pelo medo, o medo da dor. A dor não se limita ao corpo. Ela pertence à existência" (1).
- Referência:
- (1) POMPEIA, João Augusto. "Corporeidade". In: Rev. Daseinsanlyse, No. 12, 2003, p. 36.
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- "E a dor é que não estamos à altura de nossa perfeição, e quanto à nossa beleza, nós mal a suportamos" (1).
- Referência:
- (1) LISPECTOR, Clarice. A maçã no escuro. Rio de Janeiro: José Álvaro, 1970, p. 252.
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- A dor está ligada ao verbo grego páskho, que compõe diferentes palavras em que alegria e dor estão ligadas da mesma forma que paixão e compaixão; empatia e simpatia.
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- O tema da dor que aparece no poema de Fernando Pessoa "Autopsicografia" é, sem dúvida, fundamental. Esse é um tema recorrente nas variadas experiências de pensamento. Aparece em Jó, Cristo, Sócrates e, sobretudo, na experiência de pensamento do sagrado de Siddhārtha Gautama, o Buda. É também o tema central ou motriz do romance de Hermann Hesse: Sidarta.
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- "A dor é parte do amor e precisamos aceitar isso. A dor pode deixa-lo com raiva ou torná-lo mais incondicional em seu amor. A dor pode destruir o inimigo do amor, a cobrança. A dor é aquela arma que o amor tem a fim de se livrar da cobrança interior. A dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional" (1).
- Referência:
- (1) SRI SRI RAVI SHANKAR. "A dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional". Entrevista à jornalista Celina Machado. In: O Globo, Quarta-feira, 14.12.2016, 1o. Caderno, p. 36.
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- “A dor é o rasgo do dilaceramento. A dor não dilacera, porém, espalhando pedaços por todos os lados. A dor dilacera, corta e diferencia, só que ao fazer isso arrasta tudo para si, reunindo tudo em si” (1).
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. A caminho da linguagem. Trad. Márcia Sá Cavalcante Schuback. 4. e. Petrópolis: Vozes, 2008, p. 21.
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"Socrates: Digo que em nós, seres vivos, quando a harmonia sofre uma ruptura, ocorre simultaneamente uma desintegração em nossa natureza e o nascimento da dor" (1).
- Referência:
- (1) Platão. Filebo. In: Diálogos de Platão IV. Trad. Edson Bini. São Paulo: Edipro, 2009, p. 213. Filebo, 31 d.
9
- Referência:
- (1) ROSA, João Guimarães. "Diálogo com Guimarães Rosa". In: COUTINHO, Eduardo (org.). Guimarães Rosa. Coleção Fortuna Crítica. 2. e. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1991, p. 62-97.