Pergunta
De Dicionrio de Potica e Pensamento
Edição feita às 14h32min de 1 de fevereiro de 2011 por Profmanuel (Discussão | contribs)
1
- "O que é real? E ela não sabia como responder. Às cegas teria que pedir. Mas ela queria que, se fosse às cegas, pelo menos entendesse o que pedisse. Ela sabia que não devia pedir o impossível: a resposta não se pede. A grande resposta não nos era dada. É perigoso mexer com a grande resposta." (1)
- Referência:
- (1) LISPECTOR, Clarice. Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres. 4. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1974, pp. 56-57.
2
- Todo perguntar eclode do questionar. Neste já estamos desde sempre pré-lançados. Por isso quando perguntamos queremos saber a partir do que já nos está dado no questionar. Toda pergunta exercita assim um saber e um não-saber. Só perguntamos porque não sabemos. Por outro lado, se absolutamente não soubéssemos nada, jamais poderíamos perguntar, porque todo perguntar pergunta porque quer saber algo. Mas o que acontece quando perguntamos pelo perguntar? Só perguntamos porque já nos movemos na clareira do ser, no questionar. "Quando se pergunta o que é perguntar, não há dissociação entre a pergunta e o perguntado. O perguntar se inclui no perguntado. Já não é possível instalar-se fora da pergunta. Resta apenas a alternativa de perguntar ou não perguntar. Quando pergunto, só pergunto por já estar dentro da pergunta. O perguntar e o perguntado não se excluem, mas se incluem mutuamente" (1).
- Referência:
- (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. In: "Definições da filosofia". Revista Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, 130/131, 1997, p. 153.
3
- "...o homem é este estranho espécime que pergunta. Este estranho espécime, cuja devoção é perguntar. E isso porque pensa. Quer dizer, não só porque vê, mas, sobrtudo, porque vê que vê! Toda pergunta é eco, ressonância desse desconcerto" (1).
- Referência:
- (1) FOGEL, Gilvan. Liberdade e criação. In: Revista Aisthe, No. 1, 2007, p. 30.