Ilimitado

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: Tanto externa como internamente sempre e sempre nos projetamos numa linha de  horizonte para além da qual sabemos [[nada]], pois está para além do limite, ou seja, torna-se o ilimitado, e que, no entanto, é o horizonte de toda [[procura]] e [[cuidado]]: a terceira margem do horizonte. Um horizonte onde procuramos ver tanto e contraditoriamente não vemos nem podemos [[ver]] o que precede todo o [[olhar]] do próprio olho. Tão distante  e insondável o [[horizonte]] e, misteriosamente, esse é sempre o [[limite]] do que não tem limite, ou seja, do ilimitado, um [[limite]] que sempre está [[próximo]], tão [[próximo]] que não o podemos [[ver]]. Como nossa [[razão]], tão brilhante, potente e deslumbrante é limitada, pois não nos pode oferecer o ilimitado. Na verdade, a [[luz]] da [[razão]] é um [[limiar]], um ''[[entre]]'', diziam os gregos  ''[[logos]]'', de abertura para as [[possibilidades]] que fundam todo ilimitado.
 
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: - [[Manuel Antônio de Castro]]
 
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Edição de 08h44min de 8 de Setembro de 2017


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Ilimitado é o que não tem limite. Compreende-se melhor o alcance do ilimitado quando se apreende o âmbito do que denominamos limite. E apreendemos este no jogo com o que diz a palavra horizonte e com aquilo que os gregos de uma maneira densa e rica denominavam telos. De alguma maneira também a forma e o organismo e/ou corpo se afirmam em tensão com o não-limite, ou seja, o ilimitado. Remete ainda o limite para a condição humana em sua finitude e não finitude. Mas temos de compreender que finitude e limite nunca dizem somente fim. Apreender o jogo de finitude e não finitude na condição humana é apreender e pensar o mistério e enigma do que denominamos Eros e Thanatos, vida e morte na medida em que são. Somente o ser dá a medida de Eros e Thanatos.


- Manuel Antônio de Castro
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