Ser humano
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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- | :O que o ser humano é não são seus estados e circunstâncias, isto é, sua inserção historiográfica, mas suas [[possibilidades de e para possibilidades]]. Isto nos dá vertigem, porque vivemos em cada vivência na atração do [[abismo]] do [[nada]], do possível. Mas poderíamos ter riqueza maior? Daí nossa permanente atração pelo [[nada criativo]]. | + | : O que o ser humano é não são seus estados e circunstâncias, isto é, sua inserção historiográfica, mas suas [[possibilidades de e para possibilidades]]. Isto nos dá vertigem, porque vivemos em cada vivência na atração do [[abismo]] do [[nada]], do possível. Mas poderíamos ter riqueza maior? Daí nossa permanente atração pelo [[nada criativo]]. |
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- | :CASTRO, Manuel Antonio de. "Ser e estar". In: ''Arte: o humano e o destino''. Rio de Janeiro: Tempor Brasileiro, 2011, p. 28. | + | : CASTRO, Manuel Antonio de. "Ser e estar". In: ''Arte: o humano e o destino''. Rio de Janeiro: Tempor Brasileiro, 2011, p. 28. |
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- | :"Para mim o ser humano é uma tremenda [[criação]], um [[pensamento]] inconcebível. No ser humano existe tudo, do mais elevado até o mais baixo. O homem é a imagem de [[Deus]] e Deus existe em tudo. E assim o ser humano foi criado, mas também os demônios, os santos, os profetas, os artistas e os iconoclastas. Tudo existe lado a lado. É como se fossem desenhos gigantes mudando o tempo inteiro. Da mesma maneira devem existir inúmeras [[realidades]]. Não apenas a [[realidade]] que percebemos com nossas obtusas [[sensibilidades]], mas um tumulto de realidades arqueando-se uma em cima da outra, por dentro e por fora. É só o [[medo]] e o [[puritanismo]] que nos leva a acreditar em [[limites]]. Não existem limites. Nem para pensamentos nem para sentimentos. A [[ansiedade]] é que estabelece os limites (1). | + | : "Para mim o ser humano é uma tremenda [[criação]], um [[pensamento]] inconcebível. No ser humano existe tudo, do mais elevado até o mais baixo. O homem é a imagem de [[Deus]] e Deus existe em tudo. E assim o ser humano foi criado, mas também os demônios, os santos, os profetas, os artistas e os iconoclastas. Tudo existe lado a lado. É como se fossem desenhos gigantes mudando o tempo inteiro. Da mesma maneira devem existir inúmeras [[realidades]]. Não apenas a [[realidade]] que percebemos com nossas obtusas [[sensibilidades]], mas um tumulto de realidades arqueando-se uma em cima da outra, por dentro e por fora. É só o [[medo]] e o [[puritanismo]] que nos leva a acreditar em [[limites]]. Não existem limites. Nem para pensamentos nem para sentimentos. A [[ansiedade]] é que estabelece os limites (1). |
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- | :BERGMAN, Ingmar. Fala da personagem "Eva", em relação à morte do filho de quatro anos, no filme: ''Sonata de outono''. | + | : BERGMAN, Ingmar. Fala da personagem "Eva", em relação à morte do filho de quatro anos, no filme: ''Sonata de outono''. |
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Edição de 08h18min de 9 de Agosto de 2017
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1
- O que o ser humano é não são seus estados e circunstâncias, isto é, sua inserção historiográfica, mas suas possibilidades de e para possibilidades. Isto nos dá vertigem, porque vivemos em cada vivência na atração do abismo do nada, do possível. Mas poderíamos ter riqueza maior? Daí nossa permanente atração pelo nada criativo.
- Referência:
- CASTRO, Manuel Antonio de. "Ser e estar". In: Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempor Brasileiro, 2011, p. 28.
2
- "Para mim o ser humano é uma tremenda criação, um pensamento inconcebível. No ser humano existe tudo, do mais elevado até o mais baixo. O homem é a imagem de Deus e Deus existe em tudo. E assim o ser humano foi criado, mas também os demônios, os santos, os profetas, os artistas e os iconoclastas. Tudo existe lado a lado. É como se fossem desenhos gigantes mudando o tempo inteiro. Da mesma maneira devem existir inúmeras realidades. Não apenas a realidade que percebemos com nossas obtusas sensibilidades, mas um tumulto de realidades arqueando-se uma em cima da outra, por dentro e por fora. É só o medo e o puritanismo que nos leva a acreditar em limites. Não existem limites. Nem para pensamentos nem para sentimentos. A ansiedade é que estabelece os limites (1).
- Referência:
- BERGMAN, Ingmar. Fala da personagem "Eva", em relação à morte do filho de quatro anos, no filme: Sonata de outono.
3
- " O nome, e só o Nome, é decisivo, pois só então o ser humano se constitui em ser humano. Nesta locução "ser humano", o atributo não é o decisivo, como normalmente se pensa. Todo atributo só pode ser atributo se vigorar no e a partir do ser. O humano só chega ao humano quando se deixa dimensionar pelo ser" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 231.
4
- "o ser humano em sua Essência é uma doação do Ser. Este, doando-se enquanto pensamento e linguagem, é que possibilita ao ser humano consumar o que é, isto é, conhecer e chegar a conhecer-se nas e fora das disciplinas que são, em última instância, uma doação do Ser, da realidade
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O ser humano e seus limites". In: MONTEIRO, Maria da Conceição e Outros (org.). Além dos limites - ensaios para o século XXI. Rio de Janeiro: EDUERJ, 2013, p. 229.